Procura-se um ministro
Esperada com muita ansiedade pela classe empresarial, a reunião do COPOM – Conselho de Política Monetária, que aconteceu na última quarta feira, causou surpresa ao aumentar a taxa básica de juros em 0,25%. Estando a taxa SELIC em 11%, que já é considerada elevada para a nossa sacrificada economia, esse aumento não foi bem recebido pelos setores produtivos, notadamente pela área de Construção Civil. Além do mais, se considerarmos que a reunião aconteceu apenas três dias após a definição das eleições e em um momento de muita incerteza sobre o futuro da nossa economia, o mínimo que se esperava era a manutenção do índice até a próxima reunião.
Vale ressaltar que o próximo mandato da presidente reeleita inicia-se em 01/01/2015 mas, como o atual ministro da economia (Guido Mantega) já admitiu publicamente que estava deixando o cargo, o bom senso sugere a nomeação do seu sucessor o quanto antes. E é de bom alvitre que a escolha para tão concorrido e importante cargo se dê por critérios meramente técnicos, já que ali não há espaço para incompetência e muito menos para improvisações.
Precisamos de executivos na área econômica que venham tirar o país da estagnação, inflação alta, piora na contabilidade e baixa confiança. Os pretendentes ao emprego deverão ter capacidade de restaurar a credibilidade na administração, e, ao mesmo tempo, aceitar interferências freqüentes sobre a melhor forma na condução do trabalho.
Especula-se que um dos candidatos seria o atual presidente do Bradesco. Partindo-se do princípio de que o marketing da campanha oficial do PT, amplamente divulgado e notoriamente bem sucedido, atacou competidores com a tese de que entregar a economia aos banqueiros seria o mesmo que tirar a comida do prato do povo ou os cadernos das mão das crianças em idade escolar, eu não acredito em tamanha leviandade.
Pelo fato de ter integrado a equipe econômica do governo Lula, com um ótimo desempenho à frente do Banco Central, acreditamos que um nome de consenso para compor a nova equipe o seria o de Henrique Meireles, que poderia ocupar o cargo de Ministro da Fazenda ou voltar a sentar na cadeira que ocupou antes. Competência não lhe falta e ele já mostrou mas, como a escolha é de competência da presidente, resta-nos torcer para que o novo ministro dê conta do recado. Não podemos esquecer dos compromissos feitos em campanha sobre o combate a inflação e que o País voltaria a crescer, gerando novos empregos, confiabilidade e com os números negativos sendo expurgados dos mapas econômicos.
E a presidente não pode vacilar em suas propostas. Tem que lembrar onstantemente do seu discurso após o resultado das eleições, quando disse que estaria aberta ao diálogo com a classe empresarial, política e com todos os seguimentos da sociedade desde que comprometidos com as causas maiores em prol de um País melhor, mais humano e socialmente mais justo.
Danizete Siqueira de Lima