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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

DÚVIDAS CRUÉIS

Sempre que vou ao nordeste trago na volta um “bizaco” com queijo de coalho, queijo de manteiga, bolo do rolo, bolo de puba, mata-fome e rapadura.

Na última semana santa assim foi feito. No caso da rapadura preferi priorizar o produto da região de Triunfo em vez de comprar no Ceará como em vezes anteriores.

Considerando que após os cinquenta anos temos a obrigação de reduzir o consumo de doces. O “néctar dos engenhos” é consumido em doses homeopáticas, devagar e sempre o que faz com que o produto importado demore a ser consumido.

Em função disto no início de novembro ao desembrulhar o último exemplar trazido deparei-me com um problema. Para obedecer à legislação vigente o fabricante colocou na etiqueta os ingredientes, o valor nutricional por cada cem gramas, a data de fabricação e a validade.

Estas duas últimas informações derrubaram-me da cadeira. O produto não fora consumido até o prazo de validade. Vieram as dúvidas. O que ocorre com uma rapadura vencida? Perde o gosto? Pode causar mal à saúde do consumidor? O valor calórico é reduzido?

Como vontade de comer o produto era maior que responder tais indagações, parti, comi e guardei o restante no recipiente próprio. Pensei, caso estivesse em Barbalha iria a um dos engenhos e perguntaria ao mestre. Por está no Pará fiquei com o desejo atendido e as dúvidas sobre a validade vencida.

Surgiu então a ideia de consultar o grande oráculo do mundo atual: O Google. Ao colocar prazo de validade de rapadura vieram as respostas. “As rapaduras recheadas com frutas tem prazo de 90 dias e a rapadura tradicional tem validade de um ano”. Ufa! Escapei, segundo o Inmetro a rapadura produzida em Santa Cruz da Baixa Verde, Pernambuco está dentro do prazo de validade posso consumir, sem riscos, até janeiro de 2015.

Como neste período estarei no nordeste, precisamente em São José do Egito e na região do Pajeú vou recompor o estoque com olho na validade do doce oriundo da cana-de-açúcar.

Cabe, no entanto, o registro que o fabricante colocou em sua etiqueta somente seis meses de prazo. Pode ser uma jogada de marketing. Com prazo menor o consumo é mais rápido e novas vendas serão realizadas ou talvez seja falta de informação sobre o prazo de validade definido pelo Inmetro, cujos técnicos não sabem que o matuto come todo seu estoque de rapadura produzida na última moagem, sem preocupação com prazo de fabricação e validade. Mas, normas são normas é melhor consumir antes.

Por: Ademar Rafael


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