No primeiro turno, faltava uma semana para a eleição quando apontamos, na coluna do dia 27, que “o jacaré abriu a boca”. Acabava o empate técnico e começava o declínio acentuado de Marina Silva e o Ascenso de Dilma. Segundo as pesquisas, nesta reta final do segundo turno o empate técnico entre Dilma e Aécio persiste, com vantagem numérica para Dilma: 52 x a 48. No tracking da campanha petista, entretanto, ela já teria 47% e ele 41% dos votos totais. Em votos válidos, isso significaria 53% para Dilma e 47%. A conferir com os números e as curvas das próximas pesquisas. “Com uma diferença de seis pontos já podemos pensar na vitória. Mas a recomendação do partido é evitar salto alto e foguetório antes de domingo e não aceitar provocações”, diz um alto dirigente petista.
Trackings são ferramentas para orientar as campanhas. Não têm o rigor metodológico das pesquisas mas costumam não discrepar muito delas, até porque perderiam a utilidade. As duas sondagens desta natureza com que o PT trabalha apontaram resultados quase idênticos entre terça e quarta-feira e captaram outras tendências positivas para Dilma:
1 – Pela primeira vez, a rejeição a Aécio teria sido maior que a de Dilma: 39% a dele, 38% a dela.
2 – Em São Paulo, a vantagem de Aécio teria se reduzido de 35 pontos percentuais para 19 pontos percentuais.
3 – Em Pernambuco, apesar do apoio da família Campos, e da vitória dos candidatos a governador e senador pelo PSB no primeiro turno, Dilma estaria liderando com 63% contra 24% de preferência pelo adversário tucano.
4 – Em Minas, ela estaria mantendo a dianteira com 48% contra 39% de Aécio.
5 – No Rio e no Distrito Federal ela estaria também se recuperando bem.
Se as sondagens da campanha de Aécio estiverem captando estes mesmos sinais, é compreensível o esforço que o PSDB e seus aliados fizeram nas últimas horas: a fala contundente dele no horário eleitoral contra “a campanha da infâmia e da calúnia”, sob a forma de ataques anônimos nas redes sociais, postagem de vídeos adulterados e boatos infundados. Na mesma hora, acontecia o “ato pela mudança”, que reuniu 10 mil pessoas no Largo do Batata em São Paulo, e repetiu-se, com menor grandeza, em outras sete capitais. Nas redes sociais, a campanha tucana fez um bombardeio de mensagens contra a “a campanha da mentira e da calúnia” promovida pelo PT contra Aécio. Em Belo Horizonte, ele fez uma temerária convocação a seus eleitores para que vistam verde e amarelo no sábado, véspera do pleito. Na manifestação de São Paulo, a palavra de ordem mais brandida foi o “Fora PT”, seguido do refrão “nossa bandeira, jamais será vermelha”.
Por Tereza Cruvinel – Brasil 247