Embora o coronel aposentado da Polícia Militar Romero Ribeiro tenha sido exonerado na noite da última quarta-feira, dia em que o JC revelou que a 1ª Vara de Execuções Penais investiga irregularidades no cumprimento de pena por uma detenta, há um ano e oito meses o governo do Estado foi comunicado da denúncia que só agora forçou a troca de comando na Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres). Durante três anos e nove meses, Ribeiro foi o responsável por gerenciar o sistema prisional de Pernambuco. No dia 31 de janeiro de 2013, o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp) enviou um ofício ao Poder Executivo. No documento, além da cópia da denúncia formalizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) à Justiça, a entidade enviou as fotografias que mostram ele e a mulher, a então candidata a vereadora Mônica Ribeiro, na companhia de Elide Silva Santos, à época em prisão domiciliar. Na manhã de ontem, já como ex-secretário e ao lado da esposa, o coronel convocou a imprensa para ler uma carta, sem responder a perguntas.
O ofício em que o Sindasp noticia a denúncia contra a detenta e a participação dela na campanha eleitoral da mulher de Ribeiro foi enviado à Secretaria Estadual de Administração, em nome do então titular da pasta, Décio Padilha. O JC tem cópia do documento. O alerta sobre a existência de irregularidades na Seres ocorreu dias depois de uma fuga em massa registrada no Complexo do Curado, o maior de Pernambuco e situado na Zona Oeste do Recife. “Verifica-se que no período em que deveria permanecer em prisão domiciliar para tratamento médico, por causa de doença grave e degenerativa, compareceu com a cumplicidade do secretário de Ressocialização a eventos no comitê da vereadora eleita”, diz um trecho do ofício assinado por Nivaldo de Oliveira Júnior, presidente do Sindasp. O governo não enviou resposta à entidade e o coronel Ribeiro permaneceu como secretário. (Do JC Online)