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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Oportunista de plantão.
A revista de administração e negócios “HSM Management” promove todos os anos em novembro, na cidade de São Paulo, o maior encontro sobre tais assuntos denominado “Expo management”.
O tema central da Expomanagement-2014 é “Capitalismo Consciente: Mais do que uma estratégia ou modelo de negócio, uma arma contra a crise”. Uma das autoridades mais festejadas no evento é o ex-presidente americano Al Gore que ministrará palestra como título: “Cenário – Não olho para o passado, olho para o futuro”.
Com extrema coerência o folder principal do encontro assim define Al Gore: “É hoje um dos mais poderosos defensores da consciência ambiental nos Estados Unidos e continua liderando a campanha para educar o mundo sobre mudanças climáticas”.
Qualifico a definição como coerente ao verificar que tal “cidadão do mundo” quando esteve no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro durante a ECO-92, estava mais preocupado na campanha da sua chapa para governar os Estados Unidos em companhia de Bill Clinton. Aqui tirou fotos e fez caras e bocas quando a canadense Severn Cullis-Suzuki, com apenas 12 anos, alertou o mundo e principalmente os EUA sobre os crimes contra a humanidade, gerados através de práticas nocivas ao meio ambiente.
Exercendo o cargo de vice-presidente da nação mais rica do mundo, entre janeiro de 1993 e janeiro de 2001, Al Gore assistiu seu país fazer todo tipo de boicote para o Protocolo de Quioto e todos os outros movimentos dele derivados, mas, ao perder a eleição de presidente para George Bush em 2000 passou a defender o meio ambiente com uma veemência de dar inveja a Chico Mendes.
Rodou o mundo, escreveu livros, deu palestras, lançou o documentário “Uma verdade Inconveniente” que lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Mudou de lado e na Rio + 20 era outra pessoa, pena que não teve forças para, em casa, convencer Bush ou Obama na adesão aos princípios delimitados no protocolo de Quioto que desde 1997 é criticado pelas autoridades americanas.
Seu último livro “O futuro” virou livro de cabeceira de ecologistas tão oportunistas e imediatistas quanto ele. Tudo que está registrado na publicação deve ser aplicado imediatamente por todos os países do mundo, exceto os EUA. Os americanos tem o direito de escolher a hora de ingressar no sistema. Ou seja, o livro sugere para os americanos o obriga para o resto do mundo.
O tema central do evento da HSM é real e fará parte do mundo dos negócios nos próximos anos, a palestra do agora ecologista Al Gore é oportunismo puro.^
Por: Ademar Rafael,

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