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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Outra mentira.
Um das mais cruéis mentiras nessa campanha eleitoral é essa “estória” de Banco Central Independente. Não há como defender uma tese desta, seria o mesmo que o país abrir mão de uma das mais legítimas ações de governo: Cuidar da moeda.
Vá ao Banco Central do EURO com tal proposta, solicite posicionamento parecido para o guardião das libras esterlinas ou faça sugestão similar ao FED, (não poderia ter nome melhor “fede” muito cada deliberação sua) o Banco Central dos EUA. Com certeza ouviria a seguinte indagação: Como podemos imaginar que o cuidado com a estabilidade monetária e financeira da nossa economia seja exercida independentemente da vontade política do governante?
Para recuperar suas economias os países ricos utilizam os mecanismos disponíveis em seus Bancos Centrais, neles são executadas as diretrizes econômicas, não tem como ser diferente. O elástico fica nas mãos das autoridades monetárias, jamais de terceiros. 
Até mesmo a sonhada autonomia é difícil, prometer independência é brincar com a inteligência alheia. A ingerência promíscua que existe no Brasil é que representa o problema, isto tem que mudar, falta coragem e disposição política.
O Banco Central do Brasil desde sua fundação sempre foi utilizado em favor de projetos políticos pessoais e partidários. Assim fizeram os militares, assim procedeu Sarney para garantir a vitória nas eleições de 15.11.1996, desta forma agiu Itamar para eleger o Príncipe FHC, este utilizou a política cambial para o projeto da reeleição, Lula ao colocar Henrique Meireles na presidência do BACEN o fez para garantir a governabilidade, Dilma segue a mesma receita visando ganhar a eleição.
Em todos os casos depois das vitórias os governantes mudaram a orientação e o Banco Central executou a nova ordem trazendo prejuízos para o país. Temos um sistema financeiro de vanguarda, falta força política para que o Banco Central tenha ação em favor do país e nunca em favor de interesse menores, isto é muito diferente de independência apesar da tentação de assim pensarmos, principalmente pela reiteradas opiniões na imprensa econômica neste sentido.
De forma geral as funções típicas do Banco Central são: Monopólio de emissão; banqueiro do governo; banco dos bancos; supervisor do sistema financeiro; executor da política monetária; e executor da política cambial e depositário das reservas internacionais. Vejam quem decide as políticas é o governo o Banco Central somente as executa.
Tais registros servem para defendermos a tese da “mentira” que representa essa balela de independência, uma vez que o governo é que deve ter uma política de Estado, com foco no longo prazo. Como este caminho tem sido esquecido pelos nossos governantes é melhor iludir o eleitor desatento com uma promessa que ilude, mas está muito distante de ser a solução e não serve para o caso.
Vergonha na cara senhores candidatos, chega de tentar enganar o povo.
Por: Ademar Rafael 

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