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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

A mão invisível.
Quando Adam Smith, há 238 anos, criou a famosa doutrina da “mão invisível” para definir que a economia se autorregula não imaginou que o termo serviria para justificar as travessuras de especuladores e as mensagens de fim do mundo dos comentaristas econômicos, bancados pela casta de políticos com compromissos somente em cargos e prorrogação de mandatos.
Sempre que temos um pleito eleitoral para presidente da república ouvimos notícias assim “O mercado digeriu bem o crescimento do candidato Ademar nas pesquisas hoje anunciadas”; “Após debate, o mercado reagiu bem às declarações de Rafael” e “O anúncio do Plano de Governo de Ferreira fez a bolsa subir”.
Nossa bolsa de valores, de tão contaminada com notícias plantadas, está parecendo a maleta que Luiz Gonzaga trouxe de Bodocó: “… era um saco e o cadeado era um nó”. Um saco pelo tanto de furos que não consegue evitar a evasão de dividas e o nó é auto explicável.
É importante registrar que em nossa Bolsa de Valores comercializa ações de somente 400 empresas, destas em torno de quarenta por cento tem ações compradas x vendidas regularmente, outro tanto são “micos” e vinte por cento ficam emboladas no meio. As grandes empresas com ações listadas na BM&FBOVESPA podem captar fora do Brasil em condições muito melhores que lançando novas ações. O aumento ou a queda das ações de determinada empresa não representa lucros para organização, muitas vezes beneficia exclusivamente quem especula. O caixa da empresa só é impactado quando há emissão.
Diante disto podemos afirmar que notícias relacionadas com “mão invisível”, mercado de capitais e bolsa de valores quando surgem em época de eleições são manipuladas por interesses escusos da mesma forma que as “birutas” de aeroportos são manipuladas pelos ventos. 

Nos últimos meses a Petrobrás tem sido exposta de forma criminosa na grande imprensa, todo dia é uma notícia pior que a do dia anterior. A quem interessa o desmoronamento da estatal do petróleo? Eu sei e não digo é “ariscoso”.

Fiz um estudo sobre o comportamento das ações (PN) da Petrobrás e da Vale, no primeiro dia de cada ano deste 2003 e chegamos ao seguinte resultados: Um investidor que colocou R$ 100 mil na Petrobrás e R$ 100 mil na Vale em Janeiro de 2003 teria no dia 29.08.14 R$ 50.600 na petrolífera (Petrobrás) e R$ 26.500 na mineradora (Vale). Quem derreteu mais?

Que a Petrobrás carece de uma administração solidamente profissionalizada ninguém duvida, mas ignorar o que ocorre com a gigante Vale é muita manipulação ou a mão só é invisível para um lado.

Por: Ademar Rafael


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