Home » Crônicas de Ademar Rafael » CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

A dona do mundo
A Rede Globo, cujo volume de críticas a um governo qualquer tem escala inversamente proporcional ao montante dos recursos por ela recebidos em cotas de propaganda governamental, resolveu endurecer nas entrevistas exibidas no Jornal Nacional com os principais candidatos à presidência da república.
Revendo cada entrevista fique curioso para ver se Patrícia Poeta teria a mesma desenvoltura caso fosse indagada sobre a negociata das Organizações Globo x NBC-Time-Life, nos anos 60.
Da mesma forma desejaria ver a contundência de William Bonner ao responder sobre os nebulosos negócios da Rede Globo com a FIFA e a CBF, tão bem detalhados por Amaury Ribeiro Júnior (Ex-repórter do Jornal O GLOBO) e três colegas no livro “O lado sujo do futebol”, especialmente no capítulo oitavo, denominado “Tela Quente”.
Somos, sem dúvida, um país singular. Parte da imprensa, sob o manto de uma liberdade a seu favor, sente-se acima do bem e do mal e nesta condição formula a pauta que acha conveniente. O direcionamento das entrevistas foi para um lado que nada acrescenta ao processo, serviu somente para “encurralar” os entrevistados.
Talvez seja por isto que não temos um projeto de longo prazo para o país, os candidatos nas campanhas são preparados para responder sobre denúncias novas e requentadas relacionadas com seu passado e de aliados. Ao tomar posse viram porta vozes de servidores que caíram nas malhas do denuncismo que tanto agrada a imprensa nacional.
Tem sido assim. Uma denúncia rende mais audiência que a cobertura de um evento. Uma pauta apimentada supera um debate sobre planejamento estratégico. Quanto mais desconfortável para o entrevistado melhor.
Honestamente estou em dúvida se os entrevistadores globais são oriundos da Dinamarca, da Nova Zelândia e da Finlândia e se os entrevistados pertencem às populações do Afeganistão, da Coréia do Norte e da Somália, extremos da corrupção mundial, conforme levantamento da entidade Transparência Internacional.
Por saber que a isenção da Rede Globo pode ser comparada com a Eurico Miranda ao apitar um “imaginário” jogo entre Vasco da Gama x Flamengo na decisão do Campeonato Brasileiro, fico na espera das entrevistas no Jornal da Note e no Bom dia Brasil.
Um país que tem como defensores da ética e da moral prepostos das Organizações Globo está longe da luz no fim do túnel.
Por: Ademar Rafael,

Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários