Ex-coordenador nacional do Mais Médicos, Mozart Sales rebateu nesta quarta-feira (6) as últimas declarações do presidenciável Aécio Neves a respeito do programa. Para ele, Aécio pretende antecipar o fim do Mais Médicos, “com o objetivo de agradar os interesses de uma elite corporativa que não tem compromisso com as mais de 50 milhões de pessoas que estão sendo atendidas hoje”.
De acordo com Mozart Sales, no prazo de três anos – duração prevista para o programa – a balança do mercado de trabalho não vai estar equilibrada ainda, porque o ciclo de formação de um profissional médico é de seis a oito anos. “Estamos em processo de abertura de novas vagas de medicina, mas os novos profissionais só vão estar no mercado de trabalho nesse horizonte de até oito anos”, esclareceu Mozart, diante da intenção declarada do tucano de não renovar o contrato de três anos com a organização Pan-Americana da Saúde (Opas), responsável pelo intercâmbio profissional dos cubanos.
Para o ex-coordenador do Mais Médicos, a proposta apresentada pelo presidenciável tucano é “enganosa e ineficaz”. “Se ele (Aécio) defende a carreira nacional de medicina, porque não criou e não construiu uma carreira de base regional, articulada com os municípios, em Minas Gerais, quando foi governador por oito anos?”, questionou. “Entre a necessidade de assistência dos mais de 50 milhões de brasileiros beneficiados pelo Mais Médicos, e atender à elite corporativa raivosa que é contra o programa, Aécio preferiu ficar com a segunda opção”, concluiu Mozart Sales.
