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OPINIÃO DO PERNINHA

Não vamos desistir do Brasil
Quarta feira, 13/08/2014, foi o dia da tragédia que marcou Pernambuco, o Brasil e o mundo. O tempo estava fechado na Baixada Santista e o candidato à presidência, Eduardo Campos, rumava para um compromisso de campanha na região. O piloto do Cessna Citation 560 XL tentou pousar na base aérea do Guarujá por volta das 9h50. Não conseguiu. Arremeteu o avião, que acabou se chocando com casas no bairro do Boqueirão, em Santos
Morreram Eduardo e as outras seis pessoas que estavam no avião. Assim se desenhou uma história de horror que abalou o País e pode mudar os rumos da eleição, com o PSB tendo de decidir seu futuro em poucos dias. O acidente deixou destroços do jato em 13 casas do bairro e seis pessoas feridas, entre elas um bebê de 3 meses.
Aos 49 anos de idade Eduardo, de forma trágica, interrompe a sua carreira política e o sonho da presidência. Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto (9% segundo o Ibope da semana anterior), estava muito animado: sua equipe ficou satisfeita com o resultado da entrevista do candidato no Jornal Nacional um dia antes. A candidata Marina Silva, estava no Rio, mas não embarcou no avião. Viajou a São Paulo em vôo de carreira para gravar o programa de TV que começaria na semana seguinte. A esposa de Eduardo, Renata, estava no Rio com o filho Miguel, de 7 meses, para acompanhar o marido, mas não foi à Baixada Santista. Voltou ao Recife com o bebê.
Após o acidente, já em Santos, Marina não escondia o choque. “Durante estes dez meses de convivência, aprendi a respeitá-lo, admirá-lo e a confiar nas suas atitudes e nos seus ideais de vida”, disse Marina. E continuou: “Eduardo estava empenhado com esses ideais até os últimos segundos de sua vida, e a imagem que eu quero guardar dele foi a da nossa despedida de anteontem: cheio de alegria, cheio de sonhos, cheio de compromissos”.
Em uma campanha eleitoral de ânimos acirrados e declarações extremadas, e cujo desfecho se torna mais incerto, a morte de Eduardo Campos uniu brasileiros. Ela se deu no 9º aniversário da morte de seu avô, o ex-governador Miguel Arraes a quem homenageou com o nome do mais novo de seus cinco filhos, nascido sete meses atrás.
O traslado do corpo foi feito no último sábado para a capital pernambucana, sendo velado por toda a madrugada, entrando pelo domingo até a hora do sepultamento (17.00h), no cemitério de Santo Amaro. Durante toda manhã e tarde do domingo, o que vimos foi uma verdadeira romaria que se formava em frente ao Palácio do Campo das Princesas, com pessoas vindas de várias partes do País para prestar a sua última homenagem ao ex-governador. Dentre os curiosos era comum a presença de políticos de todas as esferas, a exemplo da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula, de alguns governadores e de vários prefeitos das cidades interioranas, a exemplo de José Patriota (seu particular amigo), presidente da AMUPE e prefeito da cidade de Afogados da Ingazeira-PE).
O ex-governador fez história e deixa um legado, marcado pela retomada do desenvolvimento de Pernambuco. Sua morte deixa a política de luto e sepulta um projeto de mudança para o País. O presidenciável fincou seu discurso em palavras como “eficiência” e “nova política”, quando ele dizia que não se unia com as velhas raposas, sob pena de concordar com o atraso e o retrocesso político. Em sua apresentação no Jornal Nacional, dia 12/08, despediu-se com uma frase que ficará guardada por muito tempo entre os seus seguidores: “não vamos desistir do Brasil, é aqui que vamos criar os nossos filhos”.
Danizete Siqueira de Lima

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