O recifense Dom Fernando José Monteiro Guimarães, de 68 anos, foi nomeado nesta quarta-feira (6) pelo papa Francisco como novo chefe do Ordinariato Militar para o Brasil. Ele vai coordenar toda a atuação da Igreja Católica nos quartéis brasileiros das três Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – e forças auxiliares – Bombeiros e Polícia Militar, bem como seus parentes e dependentes. Para isso, deve se mudar para Brasília no início de outubro – a posse está marcada para o dia 7.
Dom Fernando atualmente é bispo da Diocese de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Foi nomeado para o novo cargo em substituição a Dom Osvino José Both, que renunciou por idade. O recifense foi ordenado padre em 15 de agosto de 1971 e atuou no Vaticano entre 1980 e 2008. Ele foi o responsável por dar aulas de português ao papa João Paulo II por ocasião da primeira visita dele ao Brasil, em 1980. “Cheguei a Roma em fevereiro e tive convivência direta com o papa até julho, o acompanhei na visita, inclusive. Ele era uma pessoa extraordinária em todos os sentidos e tinha uma facilidade enorme de aprender línguas. Foi uma experiência que vou levar até o final da minha vida”, relata.
Dom Fernando é mestre em Direito Canônico na Universidade de Navarra, na Espanha, e Doutor em Teologia Moral no Alfonsianum, em Roma. A Arquidiocese Militar do Brasil existe desde 1989, criada por Dom Paulo II. A sé episcopal fica na Catedral Militar Santa Maria dos Militares Rainha da Paz, em Brasília. Além da indicação do papa, o cargo requer aprovação do governo federal.
“A informação foi publicada hoje, mas eu fiquei sabendo na metade de julho. Chego com a mesma disponibilidade e vontade de servir como bispo desde que fui nomeado para Garanhuns”, planeja. Além da evangelização, o papel dele inclui a animação das paróquias e a formação de futuros padres. Para isso, ele tem a ajuda de padres, que são capelães militares.
O bispo afirmou que ainda não dimensionou a quantidade de pessoas pela qual terá que responder. “A assistência religiosa é proporcional à fé declarada de cada membro das Forças Armadas Acredito se mantém a mesma proporção [entre católicos e evangélicos] do recenseamento nacional”, afirmou.
