Diante de uma plateia de representantes do agronegócio, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, prometeu nesta quarta-feira (6) que, se eleito em outubro, proibirá que fazendas invadidas no país sejam desapropriadas por um prazo de, no mínimo, dois anos. O presidenciável tucano participou de sabatina promovida, em Brasília, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“As fazendas invadidas não serão desapropriadas no prazo de dois anos, como sinalização de que respeitamos os direitos de propriedade”, declarou Aécio no evento.
Além de não desapropriar fazendas invadidas, ele ressaltou que pretende modernizar os assentamentos rurais para aumentar a geração de renda. O candidato tucano se referiu aos atuais assentamentos como “favelas rurais”.
“É preciso dar atenção adequada no campo, mas com viés da renda. Esses cidadãos e cidadãs precisam de dignidade. Não podemos estimular, por um lado, que esta instabilidade gerada por assentamentos mal conduzidos possa gerar instabilidade para quem está no campo investindo e produzindo”, declarou.
Durante o debate com os produtores rurais, o candidato do PSDB também criticou a atual política de crédito agrícola do país. Na avaliação do tucano, a legislação brasileira de financiamento ao agronegócio é “onerosa e atrasada”.
“Falta um política agrícola moderna, que garanta renda e possa ser adequada às novas condições de mercado. A legislação de crédito agrícola é extremamente onerosa, atrasada, e precisamos atualizá-la. Apenas 9% da área plantada no Brasil tem seguro rural”, disse o tucano.
Em meio ao seu discurso, Aécio fez vários elogios aos produtores rurais. Segundo ele, a situação econômica do país só não é mais “dramática” em razão do desempenho do agronegócio, que, ainda de acordo com o tucano, vem sustentando o Brasil ao gerar milhões de empregos.
O presidenciável afirmou que não há no mundo “setor mais competitivo do que o agronegócio brasileiro. Apesar dos resultados positivos obtidos pelo segmento agrário, Aécio ressaltou que os produtores rurais do país “sofrem” com problemas de logística e “falta de estratégia”. “O agronegócio vai bem não por causa do governo. Vai bem apesar do governo”, ironizou.