Ex-árbitro e ex-presidente da Comissão Nacional de Arbitragem e com carreira marcada por jogos polêmicos, Armando Marques faleceu, na madrugada dessa quarta-feira, dia 16, no Rio de Janeiro, aos 84 anos. De acordo com informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro, ele deu entrada no CER Leblon (Coordenação de emergência regional), na Zona Sul do Rio de Janeiro, na terça-feira, com um quadro muito grave de insuficiência renal e não resistiu.
A carreira de Armando Marques foi marcada por polêmicas e jogos importantes. Apitou as decisões de edições de Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa na década de 1960, Campeonatos Brasileiros de 70, 71, 73 e 74, além das finais dos Cariocas de 1962, 65, 68, 69 e 76, dos Paulistas de 1967, 71 e 73 e do Campeonato Mineiro de 1967.
Enquanto apitou, gozou de muito prestígio entre os árbitros brasileiros. Apesar disso, protagonizou alguns erros históricos. Em 1971, anulou um gol legal do palmeirense Leivinha que ajudou o São Paulo a ser o campeão paulista daquele ano. Dois anos depois, também pelo Paulistão, encerrou a cobrança de pênaltis quando o Santos vencia por 2 a 0, e a Portuguesa ainda tinha possibilidade de empate (veja o vídeo ao lado). O equívoco resultou na divisão do título entre as equipes. Já em 1974, na final do Brasileirão entre Vasco e Cruzeiro, o time carioca, que acabou campeão, vencia por 2 a 1 quando Armando Marques anulou um gol considerado legítimo do cruzeirense Zé Carlos.
Em âmbito internacional, Marques apitou o jogo inaugural do Estádio Olímpico de Munique, na Alemanha, em 1972, em jogo entre a seleção alemã e a União Soviética.
Com o fim da carreira no apito, chegou a apresentar um programa na extinta TV Manchete em 1993.
Depois de oito anos no comando da Comissão Nacional de Arbitragem, Armando Marques se desligou da entidade em 2005. Ele não resistiu à crise após as denúncias sobre manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro, envolvendo os árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, e os empresários Nagib Fayad, o ‘Gibão’, e Wanderlei Pololi. Além de ser acusado de omissão, ele teria mentido ao dizer que o árbitro Edilson Pereira de Carvalho tinha sido integrado ao quadro da Fifa durante a gestão de Ivens Mendes na Comissão Nacional de Arbitragem.
Recentemente, em abril deste ano, concedeu entrevista a Jô Soares em seu programa. Já aparentando fragilidade física, Armando Marques levou a plateia aos risos quando admitiu os erros de sua carreira, falou de Neymar e ainda fez piadas.