Lembranças:
Tambaú, manhã clara, alvissareira!
O sol doira os céus de João Pessoa,
Ingerindo nos leques da palmeira,
Alguns pingos dispersos de garoa.
Sobre um leito de areia, sem poeira,
Sinto o meu coração como canoa.
Que faz bússola da alva luz praieira,
O destino é perfeito, a rota é boa.
Os meus olhos, dois barcos incansáveis,
Em esteiras de espumas maleáveis,
Se fascinam no mar sem tempestade.
Vão serenos cinerando as águas mansas,
Carregados com álbuns de lembranças,
Empurrados por ondas de saudade.
Diniz Vitorino.