Na terra natal do senador José Sarney (PMDB), o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, foi além do discurso de que vai colocar na oposição, caso seja eleito, o grupo liderado pelo peemedebista. Desta vez, o socialista incluiu na lista de adversários, junto com a presidente Dilma Rousseff (PT), o nome do seu amigo pessoal e presidenciável do PSDB, Aécio Neves. Segundo Eduardo, Aécio e Dilma pretendem manter Sarney e aliados dele no governo. “Quem quiser prestar uma homenagem ao Sarney vota na Dilma, quem quiser continuar com Sarney no governo pode votar também no Aécio”, afirmou ontem, durante a visita ao Maranhão.
Eduardo colocou em dúvida a postura do PMDB ao dizer que o partido está com o pé “em duas canoas”. “A única canoa em que ele não bota o pé é a nossa, porque a nossa é da renovação política”, observou, durante entrevista na capital maranhense, São Luis. Ele fez questão de dizer ser o primeiro candidato, “em 50 anos”, a se posicionar dessa forma no país.
Questionado sobre as declarações de Aécio, favoráveis ao seu nome, Eduardo preferiu frisar que há diferenças políticas entre os dois. Ele lembrou, inclusive, que, quando era oposição, Aécio foi da base de apoio de José Sarney e do ex-presidente Fernando Henrique (PSDB). O socialista reforçou que, juntamente com Marina, fez parte do governo Lula (PT), e que Aécio fazia oposição ao petista.
Na eleição ao governo do Maranhão, o PSB apoia o candidato do PCdoB, Flávio Dino, mas conta com a parceria de Zé Luís Lago (PPL), que também disputa o comando do estado. Sobre o palanque duplo, Campos optou por não se posicionar, reforçando apenas que o Maranhão vive um ciclo de mudança, com a saída do grupo de poder de Sarney, e que por isso tem um valor simbólico para a sua campanha e de Marina Silva (PSB/Rede), candidata a vice-presidente. “Estamos aqui em sinal de respeito à luta da oposição”.