Mesmo serviço, atitudes diferentes.
Em outubro de 2013 eu, minha esposa e um casal de amigos desembarcamos no aeroporto de Belém-PA às vésperas do Círio de Nazaré e como íamos para bairros próximos, com mesmo itinerário, compramos um “passe” de táxi pagando até o endereço mais distante.
Ao entramos no táxi e informamos os destinos fomos comunicados que deveríamos pagar uma diferença, tentamos argumentar que havíamos comprado o “passe” pelo preço mais caro, mas, nossos argumentos não foram absorvidos pela taxista.
Comentei com o amigo que caso estivéssemos numa negociação civilizada não seria necessário pagar qualquer diferença. A taxista afirmou que caso estivéssemos insatisfeitos poderíamos descer do seu carro. Solicitei que parasse e ela nos deixou na área entre o saguão de desembarque e o estacionamento.
Voltei ao balcão da companhia de táxi para comunicar o fato a despachante afirmou: “Aquele mulher fez novo barraco?”. Para não criar outro impasse paguei o valor cobrado e fomos em outro veículo. No caminho o motorista falou que a atitude da colega não foi adequada e que no máximo o condutor pode negociar uma compensação quando a rota é desviada. Não era o caso.
Na madrugada do dia 22.04.14 enquanto eu e minha esposa íamos para o mesmo aeroporto o motorista acertou um buraco na pista e cortou um pneu. Como estávamos próximos da hora limite para embarque
sinalizamos para um táxi que passava em direção contrária. O motorista pegou o primeiro retorno e nos levou ao aeroporto. Perguntei quanto foi a corrida e ele disse que nada devíamos afinal ele apenas socorreu
usuários do sistema e deu apoio a um colega.
Enquanto despachava as malas lembrei-me do primeiro caso e como gostamos de comparar tudo veio a reflexão: Porque pessoas que prestam o mesmo serviço agem de forma tão diferentes?
Para evitar impasses entre usuários e prestadores de um serviço a literatura sobre o tema sugere a unificação de procedimentos ou a exposição clara no balcão de atendimento sobre a taxa extra para o caso de dois destinos, mesmo que um fique no trajeto do outro. Por não haver sistematização é possível interpretações diferentes, portanto, a prestadora do serviço poderia sim cobrar o valor adicional.
No segundo caso não existem regras na literatura sobre a atitude adotada, nesse caso o prestador do serviços utilizou ferramentas em desuso no universo dos negócios: O bom censo e a solidariedade.
Por: Ademar Rafael