O PSOL homologou neste domingo (22) a candidatura da ex-deputada federal Luciana Genro (RS) à presidência da República. A oficialização ocorreu em convenção nacional do partido, iniciada ontem (21) em Brasília. Os delegados do partido aprovaram o nome de Luciana por unanimidade e também o do ex-candidato a prefeito de Mogi das Cruzes (SP) Jorge Paz para vice-presidente. Luciana Genro anunciou que uma das plataformas da campanha será a tentativa de resposta às demandas das manifestações de junho do ano passado.
“Queremos dar voz a essas demandas que vieram das ruas e que não foram atendidas pelos governos. O transporte público continua uma porcaria, a educação e a saúde continuam precárias”, disse a candidata do PSOL. Ela informou ainda que o partido pretende rediscutir a maneira como a apuração de tributos está estruturada no Brasil, promovendo “uma verdadeira revolução tributária”.
“A tributação sobre consumo e renda representa mais de 50% da arrecadação. Em linhas gerais, queremos inverter a lógica atual. O trabalhador assalariado tem alta tributação do Imposto de Renda e, como gasta parte do salário consumindo, também paga tributos sobre o consumo. Os tributos sobre riqueza e propriedade são muito menores, sem contar [que há] um conjunto de isenções para bancos, investidores estrangeiros, grandes empresas”, disse. Segundo ela, uma das formas de viabilizar a mudança seria a tributação de grandes fortunas, cuja regulamentação está prevista em projeto de lei de sua autoria. Luciana também se disse favorável à correção da tabela do Imposto de Renda.
A candidata defendeu uma auditoria na dívida pública do país, a exemplo da realizada pelo Equador. Ela disse que um dos pontos de sua campanha será “a recusa a aceitar que o Brasil continue pagando mais de 40% do seu orçamento em juros e amortização da dívida”. “Vamos seguir o exemplo do Equador, que mostrou que é possível e, após a auditoria, reduziu em 75% sua dívida”, destacou. De acordo com Luciana, a chapa pautará ainda outras discussões, como descriminalização do aborto e da maconha e direitos da comunidade homossexual.