Por que votar em Dilma?
Por volta do dia 20 de março último, a imprensa divulgou uma pesquisa apontando a presidente Dilma Rousseff como reeleita no primeiro turno da eleição presidencial, ficando o 2º e 3º lugares para os prováveis candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), respectivamente. O resultado dessa pesquisa é muito parecido com os anteriores, e eu fico a me perguntar qual é a explicação para esse fenômeno: seria a falta de opção por parte do eleitorado, a desinformação, ou estamos satisfeitos com o que vimos nesses quase 40 meses de governo?
Os discursos demagógicos e as contradições têm sido uma prática comum entre os pretensos candidatos, e as farpas trocadas entre eles nada contribuem no esclarecimento do nosso tão confuso eleitorado, que tem pela frente a difícil missão de encarar as urnas no mês de outubro próximo. O slogan do governador e possível candidato Eduardo Campos é o de que pode fazer “mais e melhor” quando, em Pernambuco, não está fazendo nem o “menos”; Aécio Neves, ainda meio tímido, pouco ou nada acrescenta, e a presidente Dilma, provável candidata a reeleição, só fala no BOLSA FAMÍLIA. Aliás, esse programa tem sido o carro-chefe nas campanhas do PT desde o segundo mandato de Lula, pois, conforme eles apregoam, o Bolsa Família é um programa de transferência de renda voltado para a classe menos favorecida e que tende a acabar com a miséria do País.
Na nossa ótica, achamos o programa totalmente assistencialista e que não resolve problema de quem quer que seja; é uma esmola que vicia e cerceia a capacidade produtiva dos nossos irmãos menos afortunados. Além do mais, torna-se contraditório quando a presidente afirma que ele já atinge mais de vinte milhões de beneficiários, se ela própria divulga que a população brasileira abaixo da linha da pobreza é de apenas 6%.
Mas, polêmicas à parte, se estamos satisfeitos com o BOLSA FAMÍLIA, por acharmos que ele é a solução, é bom lembrarmos que nem só de Bolsa Família vivem os brasileiros. Fazendo uma retrospectiva ao início do mandato da atual presidente, vemos alguns números que nos deixam apreensivos. Se não, vejamos:
a)- O nosso PIB não consegue crescer mais do que 2 % ao ano;
b)- a nossa inflação ronda a casa dos 6% ao ano na marca oficial e 8% sem desoneração;
c)- o déficit externo mira 4% do PIB e o déficit público, com inveja do setor externo, está no mesmo patamar, e
d)- a meta de superávit de 1,9% é fraca e, mesmo assim, não é crível.
Diante desses números, perguntamos: 1- alguma surpresa por a Agência de classificação de risco Standard & Poor’s ter rebaixado, em 24/03 (primeira vez nos últimos 12 anos), a nossa nota de “BBB” para “BBB-“, além de rebaixar as notas de crédito da Petrobrás (PETR4) e da Eletrobrás (ELET6)? 2- Cadê a nossa moeda forte? Surpresa mesmo somente para o ministro Guido Mantega que, ao meu ver, já demorou no
cargo mais do que deveria e está totalmente perdido. Mesmo assim, a Fazenda foi rápida em soltar um comunicado minimizando a perda do rating e desqualificando a decisão da agência, para ela “inconsequente” e “contraditória”. O mais curioso é que quando ocorreu o episódio anterior, de elevação do rating pela FITCH, em 2011, a mesma Fazenda se pronunciou dizendo tratar-se de “um reconhecimento da força da nossa economia”. É ou não é um contra senso?
É por essas e outras que as minhas colocações visam tão-somente a despertar os nossos leitores para o campo minado em que estamos pisando em relação à situação econômica do país. De nada valerá usarmos a arma do voto e outorgar poderes a governantes desqualificados e sem qualquer compromisso com as questões maiores que afetam o nosso querido Brasil.
Por: Danizete Siqueira de Lima