Pela padronização dos hospitais municipais
É visível o desinteresse pela saúde nesse país, mas algumas coisas simples e baratas podem mudar o desfecho em uma emergência. No momento estou na emergência do Hospital Regional do Cariri, e percebi que mesmo com tantos recursos, se a equipe de saúde (médicos, enfermeiros, tec. de enfermagem, fisioterapia, farmacêutico) não andarem em conjunto a coisa não funciona, da mesma forma que em um hospital com poucos recursos, uma equipe bem treinada faz a diferença, e como faz.
O problema é que os governos preferem ter muitos, mas despreparados, do que bons profissionais.
É inadmissível não existir uma política voltada para os hospitais municipais, com intuito de padronizar (colocar em lei o que deve ter obrigatoriamente em termos de equipamento e equipe) e treinar o pessoal. Hoje, em Triunfo por exemplo, são poucos que sabem manejar um desfibrilador, item básico e essencial em qualquer emergência.Algumas referências como o HOSPAM, também acontece algo parecido, a equipe nem sempre está preparada, por falta de um plano de emergência.
Vejo jovens morrendo de causas amplamente reversíveis, digo isso por experiência própria, já que no Regional, nossa taxa de sucesso nas reanimações são muito boas. Lógico que não conseguimos vencer a natureza em determinados casos, mas salvamos jovens, que por infortúnio do destino poderiam ter sua vida abreviada.
Então o que eu sugiro aqui é que cada gestor, candidatos e eleitores, coloquem em pauta:
1) Padronização dos hospitais municipais
2) Treinamento contínuo para toda equipe de saúde do município
O investimento não é alto, e o retorno serão vidas que poderão perpetuar um história.
Antonio Eduardo de Melo Filho
Médico triunfense
R2 Clínica Médica – Hospital Regional do Cariri – Juazeiro do Norte-CE
