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ESPAÇO DA POESIA

















A ESTAÇÃO;

Na estação todo dia,
Descia gente e subia,
Pra diversas direções,
Ia levando esperanças,
Vinha trazendo lembranças,
No rodapé dos vagões.

Quando o transporte era escasso,
A máquina de ferro e aço,
Servia como opção,
Transportando o pessoal,
Do sertão ao litoral,
Do litoral ao sertão.

Políticos, comerciantes,
Professores, viajantes,
Se utilizaram bem,
Sobre dormentes e trilhos,
Levando esposas e filhos,
A viajarem no trem.

Quando ele apitava ali,
Pras bandas de Iguaraci,
Íamos pra perto da linha,
Em meio a tanta euforia,
Pra dar adeus a quem ia,
Dar um abraço em quem vinha.

Mas tudo no mundo avança,
A gente que foi criança,
Acompanhando a mudança,
Deixa as lembranças pra traz,
Da mesma forma também,
Aconteceu com o trem,
Aquele seu vai e vem,
Não foi visto nunca mais.

Naquela mesma estação,
De tanta aglomeração,
Não se vê mais multidão,
Nem chegando e nem saindo,
Os vagões se esvaziaram,
Os trilhos enferrujaram,
Os dormentes que restaram,
Parecem estarem dormindo.

O desprezo a estação,
Não sei por qual a razão,
Foi dado, não sei por quem,
Mas dentro de um peito aflito,
Como no eco de um grito,
Ainda guardo o apito,
Do último e saudoso trem.

Diomedes Mariano.


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