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OPINIÃO DO PERNINHA

Velhas copas, velhos tempos.
Quando o assunto é Copa do Mundo, me sinto na obrigação de retroagir a 1970, quando tinha apenas 14 anos de idade, e vi pela primeira vez – ao vivo e em cores -, a transmissão de uma Copa do Mundo pela televisão brasileira. Já se foram 44 anos, dez copas se passaram e, em nossa memória, tudo continua tão vivo que não nos damos conta de como o tempo é cruel em sua caminhada. A verdade é que achamos uma coisa fantástica e que parece ter sido uma obra do destino. Afinal, o Mundial realizado no México – venceu a disputa com a Argentina e foi escolhido como sede-, tinha muito o que mostrar. Os favoritos eram a atual campeã Inglaterra, além de Itália e Alemanha.
A nossa seleção, por conta do fracasso de 1966, quando foi eliminada ainda na primeira fase, desembarcava no México sob muita desconfiança. Qual Brasil estaria no México? Essa era a pergunta que rondava na cabeça dos torcedores momentos antes da Copa do Mundo começar. Para complementar a desconfiança da torcida, às vésperas da competição, o experiente João Saldanha (in-memorian) seria derrubado para a volta do ainda inexperiente Mário Jorge Lobo Zagallo. No entanto, bastou a bola rolar para a confiança voltar a tomar conta dos brasileiros. E não era para menos: Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson, Rivelino & Cia mostravam em campo o verdadeiro futebol arte. Um a um, os adversários foram vencidos, a seleção crescendo de produtividade e, no fim, a taça do mundo era nossa. Para a felicidade do futebol, que viu uma inesquecível seleção nascer, jogar e vencer!
Essa Copa teve algumas particularidades dignas de registro, começando pelo carinho dos mexicanos demonstrado a cada nova partida da seleção brasileira, o contágio era tanto que nos sentíamos como se estivéssemos em nossos próprios domínios; o Estádio Azteca, no México, com capacidade para mais de 115 mil pessoas foi construído especificamente para a competição; o torneio marcou também o número recorde de 75 países que participaram das eliminatórias. As tradicionais seleções como Argentina, França, Portugal, Hungria e Espanha não se classificaram, mas o Mundial contou com os estreantes Marrocos e Israel.
Na lista dos artilheiros contamos com nomes de peso como: Gerd Muller (Alemanha)- 10 gols, Teófilo Cubilas (Peru) – 5 gols, Pelé (Brasil) e Anatoly Byshovets (União Soviética) – 4 gols e o nosso querido Jairzinho, o homem da camisa 7, nosso artilheiro com 7 gols. Um fato curioso é que Jairzinho fez gols em todas as partidas (feito único até os dias atuais), ficou conhecido como o Furacão da Copa e o Brasil teve o melhor ataque do Mundial, com 19 gols. 
O melhor de tudo foi que com esse refrão: “A taça do mundo é nossa / Com brasileiro não há quem possa”, música que embalou a conquista brasileira da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, a taça Jules Rimet veio parar definitivamente em nossas mãos, quando poucos – inclusive nós – não acreditávamos nesse feito.
Se formos vasculhar detalhes dessa copa, acharemos assunto para escrever um livro mas, como não é o caso, vamos registrar para os nossos leitores que não vivenciaram aqueles momentos, algumas curiosidades: Melhores jogos: Brasil 1 x 0 Inglaterra (1ª. Fase); Brasil 4 x 1- Itália (final) e Itália 4 x 3 Alemanha Ocidental. Após o 1 x 1 no tempo normal, esse foi o único jogo que teve 5 gols numa prorrogação. Não à toa é tido como o melhor de todas as Copas. 
Transmissão ao vivo– A edição de 1970 foi a primeira Copa transmitida ao vivo pela televisão. Para os lares brasileiros, as imagens chegavam em preto e branco. Cartões- Foi na Copa do México que os cartões amarelos e vermelhos foram utilizados pela primeira vez no futebol e o primeiro jogador a receber um cartão amarelo foi o soviético Evgeny Lovchev, no jogo contra o México e os melhores craques foram: Pelé e Jairzinho (Brasil) e Gerd Muller (Alemanha).
Por último só nos resta dizer que cada Copa é única. Cada Copa tem a sua história, suas particularidades, seus sucessos e seus fracassos, onde a tristeza dos vencidos é suplantada pela alegria dos vencedores. Contudo, de uma coisa não temos como fugir: Independente de quantos anos ainda viveremos e de quantas Copas acompanharemos, a de 1970 vai ficar gravada em nossa memória por muitos e muitos anos. 

Por: Danizete Siqueira de Lima


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