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OPINIÃO DO PERNINHA

Eletrobrás e Petrobrás, como andam?
Com o título de apagão financeiro, li uma matéria de Cláudio Humberto que circulou no Jornal do Commércio na primeira quinzena de fevereiro que me chamou bastante à atenção pela lucidez com que ele tratava o assunto. Segundo a mesma, o balanço anual da Eletrobrás, a ser divulgado este mês, vai registrar um rombo superior a R$ 8,7 bilhões. Apesar do tamanho da estatal e do problema, a direção da Eletrobrás não tem interlocução com quem decide no governo, por isso tem procurado políticos governistas para suplicar interferência junto ao 
ministro Guido Mantega (Fazenda), para drenar recursos do tesouro a fim de salvar a empresa da bancarrota. 
A Eletrobrás foi prejudicada com a renovação onerosa das concessões, para Dilma “faturar” politicamente, a redução da conta de luz em 20%. Já não havia dinheiro na Eletrobrás, em fevereiro, para despesas com pessoal, material e serviços. Por ano, totalizam R$ 9,4 bilhões. A situação da Eletrobrás é tão ruim que a empresa nem sequer pode recorrer a crédito bancário. Nem tem um centavo para investimento.
É bom que se diga que o ex-presidente Lula prometeu fazer da Eletrobrás “uma Petrobrás”. Conseguiu: como na petroleira, o prejuízo na holding do sistema elétrico é bilionário.

E por falar em Petrobrás, como anda a nossa querida estatal? 
Parafraseando o Lula eu diria: “Nunca antes na história desse País” a maior empresa brasileira enfrentou tantos problemas quanto está vivendo na gestão da presidente Dilma Rousseff.
Além de ver o preço de suas ações despencar nas Bolsas de Valores (mais de 30% de novembro para cá) e encolher significativamente seu valor de mercado, a Petrobrás não para de enfrentar problemas: a sua produção de petróleo em 2013 foi 2,5% menor que a do ano anterior, com queda acentuada na Bacia de Campos. Ali, o número de sondas caiu 30% entre 2011 e 2013, e sem sondas não dá para aumentar a produção de petróleo.
Alguns dos tropeços da petroleira acontecem em áreas onde fica difícil visualizar melhorias. Por exemplo: quando se dá a alta do dólar, a empresa é atingida duramente porque precisa importar petróleo para atender ao crescimento do consumo interno, alimentado principalmente pelas facilidades com que o governo propicia a compra de veículos. Por outro lado surge uma outra sangria de recursos quando a gigante estatal vende mais barato dentro de casa o petróleo comprado mais caro no exterior.
Já em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, Graça Foster, presidente da Petrobrás, dizia ao auditório – uma parte representativa do PIB mundial – que a empresa deve dobrar a produção até 2020 e triplicar até 2035. Significa dizer que o Brasil com esses números será o 6º maior produtor de petróleo do mundo, assegurando a autossuficiência, essencial para a saúde econômica do país. Não poderia ser diferente, partindo da dirigente da estatal, mas não é apenas ela quem trabalha com essas perspectivas capazes de animar a quem vem sofrendo com a queda no preço das ações, principalmente. E, até chegarmos aos números projetados, o que se pergunta é por quanto tempo o Brasil aguentará uma política contraditória – como é comprar petróleo caro lá fora para vender mais barato aqui dentro para não alimentar ainda mais a inflação – tendo pela frente um ano eleitoral? 
Essa política de controle de preço é um desastre para qualquer analista do mercado e, se é possível visualizarmos a ascensão dos gráficos favoráveis no futuro (2020 com a chegada do pré-sal), o presente não deixa muita margem para o mesmo entusiasmo.
É bom que sejam adotadas, com urgência, medidas eficientes no gerenciamento da estatal, sob pena de ouvirmos a presidente Dilma sentenciar que vai fazer da nossa querida Petrobrás a Eletrobrás que Lula tanto sonhou.
Por: Danizete Siqueira de Lima

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