Depois de se apresentar na tarde dessa terça-feira (25/3) à Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas (Vepema) do Distrito Federal e receber as instruções para cumprir a pena de prisão domiciliar, o deputado federal Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) tem até o fim da manhã para comunicar à Mesa da Câmara eventual renúncia ao mandato. Ontem, na saída da Vepema antes de voltar a trabalhar normalmente no Congresso, ele afirmou que a decisão será tomada com a família e com líderes do partido.
O prazo é curto, pois a Mesa da Câmara se reúne hoje a partir das 11h, e um dos assuntos da pauta é a abertura do processo de cassação do mandato do parlamentar. Ao adiar a decisão sobre a renúncia para hoje, Bentes queria sentir qual era o clima para cassação. Ele minimiza a pena de três anos e um mês em regime aberto por crime eleitoral, por não considerar tão grave. Porém, mais tarde, já na Câmara, as declarações indicavam uma possível renúncia.
O deputado foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por custear cirurgias de esterilização em mulheres em troca de votos nas eleições de 2004, quando concorreu à prefeitura de Marabá, no Pará. “Não se pode tratar de forma igual fatos diferentes. Não tem a ver com o caso do mensalão”, disse, na saída da Vepema. E completou: “Não foi furto, crime contra a administração pública”.