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OPINIÃO DO PERNINHA

Como pagar as suas dívidas.
O bom senso nos diz que a dívida não é um problema, como muitos sugerem, e, sim, uma consequência. Na maioria das vezes, as pessoas ficam endividadas porque gastam mais do que ganham e não medem as consequências que poderão surgir. A coisa é tão séria e tão antiga que temos até a “padroeira dos endividados” como é conhecida a alemã Santa Edwiges, que tem o seu dia comemorado em 16 de outubro.
Essa palavra “dívida”, que tanto nos tira o sono, tem sido um trauma na vida de milhões de brasileiros. Mas, para uma boa casta de privilegiados, o problema parece não ser tão cruciante. É que nos últimos dias uma nova fórmula foi encontrada pelas “crianças” envolvidas no escândalo do Mensalão. Pobres, coitados, lisos e em débito com a justiça, não tinham a menor condição de sanarem a bronca das multas e o jeito foi apelar para a “vaquinha dos mensaleiros”.
O pontapé inicial foi dado por José Genoíno, que havia informado em sua última Declaração de Rendimentos um patrimônio no valor de R$ 300.000,00. (não lhe falei que são uns coitados); em seguida, veio Delúbio Soares, que conseguiu até superar o valor pretendido; e, agora, é a vez do outro coitadinho: José Dirceu, que tem um débito para com a justiça de quase 01 milhão de reais, segundo dados atualizados e divulgados no dia 31/01/2014, pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.
A matéria dá conta de que o petista após a comunicação oficial terá um prazo legal de 10 dias para quitar a dívida, e, a sua conta aberta para tal fim arrecadou algo em torno de R$ 98.000,00 (noventa e oito mil reais), nas primeiras 24 horas. Segundo o coordenador do setor jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho, o excedente do valor arrecadado por Delúbio Soares seria dado a José Dirceu, descontados os impostos mas, de acordo com uma matéria de 14/02, resolveram passar essa “gorjeta” para João Paulo Cunha, que também tem uma multa para com a justiça e o “coitadinho” precisa mais do que o outro.
Para se ter uma ideia da gorjeta que Delúbio passa à frente, adiantamos que em 31 de janeiro (prazo fatal), Delúbio quitou a dívida de R$ 466.800,00, quando havia arrecadado R$ 1.013.657,26, em apenas 10 dias. Pelo andar da carruagem esse pessoal deve superar o “Criança Esperança” e essa é a esperança das crianças do mensalão.
Somos ou não somos um País Fantástico? Seria muito bom se todos nós pudéssemos aplicar o mesmo método: fazer um levantamento das dívidas, informar os números para os nossos amigos e parentes, abrir uma conta na internet e aguardar o cobre até o valor pretendido, sem ter que apelar para as empresas de cartões de crédito, agências bancárias ou os agiotas de plantão, tão comuns em nosso meio.
Contudo, a coisa é um pouco diferente. Enquanto vemos um pai de família honesto, trabalhador, de boa índole e cumpridor de suas obrigações ter que sobreviver com um mísero Salário Mínimo, sem moradia digna, educação para os seus filhos, saúde de qualidade e ainda ter que arcar com a carga tributária que lhe é imposta, somos obrigados a assistir a essas cenas dantescas que tanto nos envergonham. Enquanto nossos dependentes ralam para conseguir um emprego, esses canalhas recebem propostas diariamente vindas não sei de onde para ganhar não sei quanto e para se fazer não sei o que. Mas, eles sabem.
Essa “vaquinha eletrônica” realizada pelos condenados do mensalão para escapar das multas impostas pelo STF causou indignação no Supremo. Um integrante do tribunal observou que, assim como a prisão, a multa é uma pena. Como uma pessoa não pode cumprir dias de prisão no lugar de um condenado, o mesmo raciocínio deveria servir para impedir que a pena da multa fosse financiada por aliados do réu.
É bom lembrar que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, definiu a situação do ex-deputado federal João Paulo Cunha, faltando definir a do ex-congressista Roberto Jefferson. Enquanto o Supremo não se posiciona e fica só na indignação, vamos cuidar das nossas vidas e administrar nossas dívidas, aguardando os desfechos da Copa do Mundo, das eleições presidenciais e das manifestações de ruas que sejam, de preferência , bastante pacíficas.

Por: Danizete Siqueira de Lima

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