A Justiça do Rio de Janeiro acatou o pedido da Polícia Civil e decretou, na noite desta segunda-feira (10), a prisão temporária do homem suspeito de ter acendido o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça, o nome do suspeito é Caio Silva de Souza. O delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), havia informado mais cedo que Fábio Raposo – tatuador que também está preso por suposto envolvimento na morte – reconheceu a foto do suspeito na penitenciária Bandeira Stampa, onde está preso. Com a identificação, o delegado disse ter convicção de quem teria sido o responsável por acender o artefato e pediu sua prisão.
De acordo com o delegado, o setor de inteligência da Polícia Civil já havia chegado à identidade do homem que acendeu o rojão. “O nome que o advogado [Jonas Tadeu Nunes, que defende o tatuador] trouxe hoje apenas reforçou nossa suspeita. Faltava o reconhecimento. Agora temos convicção”, declarou Maurício. Ele informou ainda que já têm o endereço da pessoa.
Com a confirmação da morte de Santiago, nesta segunda-feira (10), os dois acusados foram indiciados por homicídio doloso qualificado pelo uso de artefato explosivo e crime de explosão, crimes com penas previstas de até 35 anos de reclusão. “Houve intenção de matar ou ferir. Foi um homicídio intencional. Ele [o que acendeu] queria atingir policiais”, relatou o delegado, descartando que o alvo teria sido o cinegrafista. “O que a gente vê pelas imagens é que não foi um atentado à liberdade de imprensa”, disse.
O titular da 17ª DP afirmou ainda que exibiu um vídeo para Fábio com imagens do suspeito e que ele também foi reconhecido nas imagens. Questionado sobre a procedência do vídeo, o delegado disse que não informaria a origem da filmagem. Também segundo o delegado, dentro do presídio, Fábio afirmou que conhecia o outro manifestante “de outros protestos” e que ele tinha perfil violento. “Ele contou que este elemento tinha a função de entrar nas brigas, até mesmo pelo porte físico”, contou Maurício Luciano.
Conforme informou o delegado, o homem tem uma passagem pela polícia como vítima em uma manifestação, no ano passado, e outra de crime de menor potencial ofensivo, sobre os quais ele não soube dar detalhes.