Atual líder da oposição ao governo Eduardo Campos (PSB) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) afirmou na manhã desta segunda-feira (6), que vai analisar o regimento interno da Casa para analisar se pode continuar ocupando o posto após o ingresso do PSDB no Governo do Estado. “Se eu fosse obrigado [pelo partido] a renunciar à liderança da oposição, eu preferiria renunciar ao mandato”, afirmou em entrevista à Rádio JC News, lembrando que a legenda prometeu garantir a independência daqueles que se posicionam contrários ao governo. Por telefone, Daniel havia informado ao Blog na quinta (2) que manterá a postura crítica e que não apoiará o candidato do PSB nas eleições deste ano.
O parlamentar não está certo, porém, se o regimento interno da Alepe permite que ele siga à frente da liderança da oposição após a adesão formal do PSDB ao governo do Estado. “Eu não sei se tem impedimento legal”, admitiu durante a entrevista, sobre a possibilidade de continuar como líder formal da oposição. Anunciado há uma semana, o ingresso dos tucanos na gestão Eduardo ocorreu nos espaços abandonados pelo PTB em outubro: a Secretaria Estadual do Trabalho e o Detran, ocupados respectivamente, desde a sexta-feira (3), por Murilo Guerra e Caio Mello.
A entrada do PSDB no Governo do Estado no último ano de mandato do governador Eduardo Campos tem o objetivo de fortalecer a chapa estadual criando um palanque duplo para as candidaturas presidenciais de Campos e do senador Aécio Neves (PSDB). A avaliação dos tucanos é que a legenda não tinha estrutura para apresentar uma candidatura própria para governador. No Estado, Aécio deve ser prejudicado pela polaridade entre Dilma e o governador socialista.
A anúncio da aliança, negociada pelo presidente estadual do partido, o deputado federal Sérgio Guerra, ocorreu antes mesmo que ele pudesse ter uma conversa com os parlamentares da legenda; por isso o posicionamento do partido na Alepe também é incerto. De acordo com Daniel, o diálogo para afinar o discurso deve ocorrer ainda neste mês de janeiro.
Caso o deputado precise abrir mão da liderança, é possível que a vaga seja assumida pelo PTB ou pelo PT, partidos que deixaram o governo Eduardo para construir um palanque de suporte a candidatura da persidente Dilma Rousseff (PT) em Pernambuco. “Até o momento, o PT não tem tido uma postura crítica em relação ao governo”, afirmou Daniel. “Não vejo com condição de ser um contraponto político”, avalia sobre o PTB.
Por outro lado, Coelho imagina uma oposição menos partidária e mais pessoal, com a crítica formada a partir dos nomes que manifestarem uma postura independente na Assembleia. O grupo, porém, poderá ou não trabalhar de forma articulada, imagina o parlamentar. O cenário, classificado pelo deputado como “turvo”, só deve se resolver dentro de 30 dias, quando a Alepe retornar do recesso. (Blog do Jamildo)