A hora da verdade
Na seara da economia nacional existem vários pensamentos antagônicos. O pessoal de FGV pensa diferente do pessoal do UNICAMP, que pensa de forma contrária do pessoal da USP e assim por diante.
No entanto, para apontar fatos que motivaram os anos ruins da economia brasileira vários economistas andam no mesmo sentido ao afirmarem que a interferência equivocada do governo nos juros e no câmbio e o consumo bancado pela oferta irresponsável de crédito são os principais motivadores do “pibinho” e de outras mazelas.
Na primeira hipótese a baixa exagerada dos juros e a política cambial deram asas para que o mercado “que tudo regula” apresentasse a sua caixinha de maldades. O binômio juros e câmbio quando mal administrado é prato cheio para os especuladores e prato seco para as economias expostas aos riscos.
O movimento da taxa de juros para baixo e a demora na elevação trouxe muito mais custos que benefícios. A equipe econômica sabe que errou, não assume porque estão lendo a cartilha de Ricúpero: “O que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde.” Como a conta é bancada pela população, via tesouro, para que assumir erros? No câmbio falhas similares.
A dupla consumo e crédito têm feito vários estragos. O nível de endividamento está chegando ao pico e a inflação, em vários momentos, subiu junto. Para inflação o governo utiliza o único remédio: subida dos juros. Quanto ao endividamento a equipe econômica faz de conta que não existe.
Tudo se encaminha para que neste ano de eleição o governo cozinhe o galo em fogo brando até agosto e de acordo com as tendências da época aplique medidas que gerem votos. A nação é detalhe quando uma vitória eleitoral está em risco. Assim tem sido e assim será. Um país complexo como o Brasil ao não dispor de um planejamento de longo prazo e ficar refém de planos partidários nunca chegará o centro, será eternamente uma nação periférica.
Por: Ademar Rafael