Cristiano Ronaldo desta vez não precisou avisar que estava ali. Simplesmente porque era essa a obrigação de cada um que se diz fã de futebol. Nenhum deles viu o craque do Real Madrid levantar qualquer troféu em 2013, mas todos puderam assistir a dezenas de grandes atuações. Credenciado por seus 69 gols e comemorações marcantes, o atacante português acabou com o reinado de Lionel Messi ao recuperar a Bola de Ouro e ser eleito nesta segunda-feira o melhor jogador do mundo pela Fifa em parceria com a revista “France Football”. Ao receber o prêmio das mãos de Pelé, em cerimônia realizada no Teatro Kongresshaus, em Zurique, na Suíça, ele não se conteve e chorou.
– Primeiramente eu quero agradecer a todos os meus companheiros de clube e seleção. Sem o esforço deles nada disso teria sido possível. Estou muito feliz, é muito difícil ganhar esse prêmio. Tenho de agradecer a todo mundo que esteve envolvido comigo pessoalmente. Minha esposa, meus amigos, meu filho. Queria também mencionar os nomes de Eusébio e Madiba (Nelson Mandela), pessoas muito importantes para mim. É um momento muito emocionante. Tudo o que eu posso dizer é obrigado – resumiu, já aos prantos e com o filho Cristiano Ronaldo Júnior ao seu lado.
É o segundo título individual de tamanha grandeza para Cristiano. Em 2008, quando ainda defendia o Manchester United, ele superou a concorrência de Messi e do espanhol Fernando Torres. Desta vez, voltou a bater o argentino do Barcelona, dono das últimas quatro Bolas de Ouro, e o francês Franck Ribéry, do Bayern de Munique. Mas engana-se quem pensou em larga vantagem para o português. Ele terminou com 1.365 pontos (27,99%), contra 1.205 (24,72%) de Messi e 1.127 (23,36%). O sueco Zlatan Ibrahimovic foi o quarto, enquanto Neymar completou o top-5 (sua melhor colocação).
Nos números, a vantagem era clara para uma eleição individual, como faz questão de propagar a Fifa. Mesmo tendo entrado em campo mais vezes que os concorrentes – 59 jogos -, Cristiano Ronaldo possui também a melhor média de gols (1,16). Messi, lesionado em momentos importantes do ano, terminou com 45 gols em 47 partidas (0,95), enquanto Ribéry, menos goleador e campeão de cinco títulos com o Bayern, foi às redes 24 vezes em 56 jogos (0,42).
Tudo realmente já parecia contar a favor do português. Depois de algum mistério e ausências passadas, o craque confirmou sua presença na premiação em Zurique na última semana – e levou consigo quase toda a família. A TV oficial do Real Madrid também se prontificou a transmitir o evento ao vivo, num claro sinal de que a expectativa era de festa – e não uma tragédia para os merengues com Messi ou Ribéry levando a Bola de Ouro.