Em estados onde não houver consenso político entre as lideranças locais, as alianças respeitarão o projeto nacional firmado inicialmente entre o PSB e a Rede. Essa foi a decisão anunciada, ontem, pelo governador Eduardo Campos (PSB), em entrevista dada em Washington, nos Estados Unidos, onde sua gestão recebeu dois prêmios por boas práticas de governo concedidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Eduardo falou sobre o assunto um dia após o PPS sinalizar que poderia romper o acordo político com o PSB nacionalmente, caso a sigla não apoiasse a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) naquele estado – o maior colégio eleitoral do Brasil, com 31,2 milhões de eleitores.
“Aquilo que não tiver jeito, se a gente não conseguir estar na mesma posição em todos os lugares, vamos ter que tomar decisões que respeitem o projeto nacional”, afirmou o governador, referindo-se indiretamente às pressões que vem recebendo de correligionários do PSDB e do PPS para apoiar Alckmin. Na última terça-feira, um dos principais caciques nacionais do PSB, deputado federal Márcio França, afirmou não ser empecilho ao projeto nacional de Eduardo, porém alertou que seria um erro o PSB desfazer a aliança em São Paulo com Alckmin. No mesmo dia, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, admitiu a hipótese de o seu partido retirar o apoio hipotecado à candidatura de Eduardo.
Eduardo Campos afirmou que ele e Marina não iniciaram o debate sobre os estados, apesar de os correligionários estarem expondo opiniões publicamente. “Nós não temos intenção de interditar debate algum em estado algum, mas nós não vamos nos deixar ser levados para um debate quando entendemos que é a hora do debate programático”, reforçou o governador.
O governador desconversou ao ser indagado se aceitaria abrir mão da aliança com o PSDB em São Paulo, caso Marina concordasse em antecipar o anúncio de ser candidata à vice. “(Vamos definir) quando chegar a hora, dentro de uma estratégia que prevê primeiro as diretrizes do programa”, afirmou, referindo-se ao lançamento do programa base no dia 30 de janeiro. A avaliação feita pelo governador também aconteceu pouco depois de o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB, voltar a pressionar o PSB a manter a aliança com os tucanos em São Paulo durante entrevista concedida à TV Estado.