Se o virtual adversário em 2014 – o governador Eduardo Campos (PSB) – optou por um discurso político, deixando claro que está no jogo presidencial, Dilma Rousseff (PT) não quis assunto com a pauta política. Sorridente, deu seu recado anunciando a liberação de verbas na casa dos bilhões para Pernambuco, na tentativa de evitar que o concorrente crie no Estado uma versão de que as relações com a União mudaram.
Falou por quase 40 minutos exaltando a retomada da indústria naval. Ao contrário de Eduardo, que a citou diversas vezes em seu discurso, ela apenas o cumprimentou nos agradecimentos iniciais. “Queria cumprimentar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Agradecer a recepção fraterna, o alto nível das relações que sempre pautaram a nossa convivência”.
Com o senador e pré-candidato ao governo, Armando Monteiro (PTB) a tiracolo, ela foi só elogios aos correligionários no Congresso. “Os senadores Armando Monteiro e Humberto Costa têm sido grandes parceiros do governo para que nós possamos aprovar, no Senado, todos os projetos de transformação e de transferência de renda para a população”, afagou.
REVIDE ECONÔMICO
Dilma Rousseff rebateu alguns dos pontos mais presentes ao discurso do adversário: de que a economia pode piorar e o brasileiro pode perder as conquistas sociais recentes. Destacou que em sua atuação como ministra das Minas e Energia, no governo Lula, coube a ela trabalhar pela retomada da construção de navios no Brasil.
“Vemos a capacidade do País gerar emprego e, com emprego gerado, significa mais renda para as famílias, e também a melhoria da qualidade do trabalho”, assegurou.
Antes de encerrar seu discurso, Dilma citou o economista Celso Furtado, destacando que o governo vem trabalhando para combater as desigualdades sociais. “Quero dizer que nós temos tomado decisões fundamentais em favor do desenvolvimento de Pernambuco e do Nordeste. Como afirmava o nosso mestre Celso Furtado, nenhum de nós pode aceitar que a desigualdade e o atraso sejam considerados fenômenos naturais, como a chuva. Desigualdade e atraso dependem da nossa determinação em mudar a realidade”.
E continuou: “A melhor prova disso, aqui para o Estado, para o Nordeste, mas para todo o Brasil é o extraordinário dinamismo desse complexo portuário-industrial que estamos aqui, com a Refinaria Abreu e Lima, com o Estaleiro Atlântico Sul e com todos os outros equipamentos. (Bruna Serra e Adriana Guarda-JC)