Os conselheiros do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) visitaram ontem (10), o aterro sanitário de Sairé, município localizado no Agreste pernambucano. A ideia foi conhecer, in loco, o sistema de coleta e aproveitamento de resíduos sólidos, que tem se destacado como modelo para as cidades de pequeno e médio portes do Estado. A sugestão para que a visita fosse feita partiu do conselheiro Ranilson Ramos.
Sairé possui uma população de aproximadamente 12 mil habitantes e produz cerca de seis mil toneladas de lixo por dia. De acordo com o prefeito do município, Fernando Pergentino, esse sistema é um projeto piloto implantado desde 2007 pelo Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (ICE), em parceria com a prefeitura.
“Os catadores, que antes viviam no antigo lixão, foram contratados pela Associação Pró Sairé para trabalhar no processo de reciclagem”, disse o gestor. Hoje, o projeto conta com aproximadamente 20 integrantes.
Durante a visita dos conselheiros, o catador Jonas Menezes, 24 anos, relembrou a época em que não havia serviço na região nem recebimento periódico. “Hoje eu recebo a minha mensalidade certa, todo mês, já comprei uma moto e sustento a minha família, trabalhando, aqui, no aterro”, disse ele.
A presidente do TCE, Teresa Duere, acompanhada dos conselheiros Valdecir Pascoal, Ranilson Ramos, Carlos Porto e técnicos do órgão, juntamente com o prefeito e secretários municipais, percorreram por toda a unidade onde funciona o processo de triagem, compostagem e destinação final de resíduos sólidos.
A presidente ressaltou na ocasião a importância da visita, “É um exemplo de gestão, sobretudo, quando se tem o envolvimento da comunidade e das escolas num grande projeto de educação ambiental. Saímos com o sentimento de que é possível tratar do lixo com responsabilidade, mesmo se tratando de um município de pequeno porte”, afirmou.
ESTRUTURA – O aterro possui galpões destinados ao processo de triagem com esteira e equipamento de prensagem, além de servir para o armazenamento de recicláveis e composto orgânico, alojamento para os catadores, sala administrativa, banheiros e refeitório.
Pela Lei Federal de Resíduos Sólidos, os municípios deverão substituir os “lixões” por aterros sanitários a partir de janeiro do próximo ano.