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CRÔNICA DO ADEMAR RAFAEL

A família e o ECA.*
Sem a intenção de insistir na validação deste ou daquele modelo, mesmo por que somos defensores da abordagem contingencial da administração que afirma: “Se uma forma de atuar foi excelente em uma situação, isso não significa que ela será eficiente em todas as situações”, pretendemos que os leitores façam suas análises e tirem suas conclusões.
Somos de uma época em que um simples olhar dos pais funcionava como um alerta, os pais podiam entrar sem bater nos quartos dos filhos e a educação tinha origem nos bons costumes, não carecia de leis.
Nos dias atuais o Estatuto da Criança e do Adolescente e a psicologia infante juvenil impede que os pais exerçam o direito de modelar o comportamento dos filhos. Direitos sobram, deveres estão em falta, os resultados são visíveis nas ruas, nas escolas e nos relacionamentos no seio familiar.
Há possibilidade de fazermos uma mistura entre os dois modelos ou vamos ficar refém do “politicamente correto”? 
Dia desses presenciamos uma cena entre uma criança de 3 ou 4 anos e sua genitora, em uma loja de um Shopping Center. Pelo que pudemos entender a criança queria um brinquedo que estava fora do alcance da mãe e o “moleque” deu escândalo, xingou, fez gestos obscenos (como dar a língua e o dedo) e, por último, disse palavrões que não temos coragem de publicar aqui.
Na hora sentimos um misto de impotência e revolta diante daquela cena, chegando a sugerir: Ah!  Se essa mãe nos desse esse menino por 10 minutos, mas, como não foi o caso, demos às costas e saímos indignados, pensando… Pobre desta mãe – que deveria ter no máximo 25 anos – daqui a 10, 11 anos estará apanhando desse filho e aí vão dizer: Não soube criar, olha o resultado. É quando cabe a pergunta? Teremos leis para lhe proteger ou o estado vai assumir essa culpa?  
Essa passagem nos levou a refletir sobre a polêmica Lei que ficou conhecida como a “Lei da Palmada”. Ora, uma palmada bem dada na hora certa nunca fez e nem fará mal a ninguém. Muita gente levou pisa de urinar-se, quando pequena, e nem por isso desmunhecou ou meteu-se em falcatruas e homicídios, não guardou mágoas, complexos ou recalques.
É claro que precisamos dosar o limite entre palmada e espancamento. Violência e superproteção. Afeto e castração da personalidade infantil. Carinho e dengo. O respeito ao próximo.
Alguém poderá comentar: tenho 2, 3, 5 filhos e nunca precisei bater em nenhum deles. Vejam a colocação do termo: “nunca precisei bater”, pois é importante a criança saber que existe um corretivo que lhe poderá ser aplicado em momento justo e oportuno. Que o direito de terceiros está acima de seus caprichos, manhas e civilizações.
Segundo um advogado e jornalista da Academia de Letras Jurídicas “menino é feito jogador de futebol: testa a autoridade dos pais como o jogador testa a autoridade do árbitro. Quem vacilar dança”.
É por essas e outras que achamos os nossos legisladores muito desocupados ao criarem Leis dessa natureza que, na nossa ótica, farão menos mal caso não sejam aplicadas.
É melhor você bater em seus filhos que deixar para os outros baterem. Basta observarmos como se comportam as crianças atuais e como eram as crianças criadas por nossos pais e avós. Com a palavra os mais velhos, sem saudosismos.
(*) – Esta crônica tem dois autores. Nasceu em Marabá (Ademar Rafael Ferreira) e foi concluída em Recife (Danizete Siqueira Lima). 

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