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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Zé Adalberto 
A primeira pessoa que me falou sobre o poeta Zé Adalberto foi o amigo e também poeta Diomedes Mariano, recitou vários trabalhos e ficou em minha mente a quadra: “Esse meu coração só pensa nela/apesar de bater no meu reduto/cento e vinte pancadas por minuto/são as vinte por mim, as cem por ela”. Isto não é uma quadra é um estádio padrão FIFA.
Posteriormente comecei a ouvir e a ler produções deste poeta magistral, ora através dos “Nonatos”, ora via “face book”, finalmente em dezembro de 2012, no Pajeú em Poesias, conheci pessoalmente o poeta do Juá.
Na primeira quinzena de setembro recebi um exemplar do livro “No Caroço do Juá”. Sai do correio lendo e até a hora que terminei a primeira leitura pouco me afastei do livro. Serão muitas leituras, o que existe na obra tem que ser saboreado aos poucos, não tenho capacidade de absorção no curto prazo.
Saulo Passos, no prefacio do livro, ao falar sobre as pérolas ali inclusas, afirma: “esses versos eu pesquei sem isca”. É um comentário de extrema felicidade. Na obra as iscas são as palavras é como pescar em cardume, em função da abundância a isca é detalhe.
Com nítida preservação da marca sertaneja é uma obra onde são identificados vestígios de Homero, Ovídio, Bocage, Castro Alves, Ferreira Gullar e outros poetas imortais. Os poemas, em seus diversos formatos, exprimem; amor, revolta, natureza, cidadania, histórias e “estórias” tudo sob o manto da erudição matuta, endêmica na região do Pajeú. 
Itapetim, mais uma vez, oferta ao mundo um talento impar, não há instrumento capaz de medir obra desta envergadura. No entanto, ela cria um grande problema. Depois que você ler uma produção deste nível fica com medo de dizer que é poeta. O interlocutor pode perguntar: “Se você se diz poeta fazendo o que faz quem escreveu um livro deste é o que”?
Doravante direi que sou apenas cronista, é mais seguro.


Por: Ademar Rafael


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Alexandre Morais
11 anos atrás

Especial esta crônica, poeta. E deixe eu chamar de poeta mesmo, que Zé é mais do que nós, mas não pode ser só, não. E é por essas e outras que ele é o homenageado do Pajeú em Poesia deste ano. Vamos lá!