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COMUNIDADE QUILOMBOLA RECEBE CERTIFICAÇÃO EM SERRA TALHADA

A comunidade Ponta da Serra, na zona rural de Serra Talhada, comemorou, na noite do último sábado (26), a sua certificação de primeira comunidade quilombola do município. Discursos de agradecimento, declamação poemas, comidas típicas, bingo e muito forró pé-de-serra fizeram parte do evento, que começou por volta das 20h, atraindo dezenas de moradores do povoado, composto por cerca de 60 famílias.

O festejo contou as presenças do prefeito Luciano Duque, secretários de governo, da representante da Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, Maria José, de membros do movimento negro serratalhadense e de outros municípios. Durante a solenidade, o Governo Municipal, através da Secretaria de Igualdade Racial, oficializou o pedido de reconhecimento, junto ao Governo Federal, para mais sete comunidades remanescentes de quilombos na Capital do Xaxado.

Atualmente, Serra Talhada possui 15 povoados considerados como descendentes de escravos. A vila Ponta da Serra foi a primeira a ser reconhecida e deve começar a receber, em breve, políticas públicas de amparo e incentivo social. “Muito do que a gente trouxe como discurso para a população durante a campanha, está se materializando”, comemorou o prefeito Luciano Duque. O gestor, ao lado de Maria José, fez a entrega do certificado ao agricultor José Antônio, de 74 anos, um dos moradores mais antigos do povoado.

Duque lembrou ainda que Serra Talhada foi a primeira cidade de Pernambuco a inaugurar uma Secretaria de Igualdade Racial. “E vamos continuar construindo e defendendo a causa dos negros, com quem temos uma impagável dívida social”, afirmou. A comunidade Ponta da Serra nasceu no final do século 19, por volta de 1889. A líder fundadora do local ficou conhecida como Negra Sebastiana (ou Negra Bastiana). No povoado ela casou e constituiu família, conhecida até os dias atuais como “bastianos”.

Na solenidade de certificação, o Movimento Negro pela Igualdade Étnico-racial em Serra Talhada (Monir) foi parabenizado, em boa parte dos discursos, como o grande o incentivador do poder público, para que a gestão se engajasse no projeto audacioso de catalogar todas as comunidades quilombolas de Serra Talhada.

“Nada daqui poderia ter início se não fosse o movimento negro de Serra Talhada, que há cerca de dois anos, vinha fazendo um belíssimo trabalho de diagnóstico das comunidades quilombolas”, afirmou o secretário municipal de Igualdade Racial, Euclidez Ferraz.

“Parabéns ao Diego Ferreira e ao Cícero Alexandre (ambos do movimento negro serratalhadense) que são dois grandes guerreiros, porque batalharam e correram atrás com o apoio do seu secretário e do prefeito Duque para concretizar essa vitória”, ressaltou a representante Nordeste da Fundação Palmares, Maria José.

O governo municipal já protocolou junto ao Ministério da Cultura o pedido de certificação de outras 14 vilas remanescentes de quilombos; são elas: Catolé, P.A. Catolé, Chocalho I, Castor, Amarrador, Loanda, Timorante, Três Passagens, Poço Negro, Serra do Galo, Serrote Pelado, Barra Nova, Gavião e Tiburunas.


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