Muito mais que um índice.
Há mais ou menos quinze anos minha filha Raissa perguntou: Pai porque você sempre vai para onde o Banco do Brasil manda? E completou: Alguns colegas meus disseram que os pais deles negaram-se ir para cidades distantes.
Sem elementos suficientes para convencer minha filha aleguei que eu sempre fora indicado para locais que julgava conveniente trabalhar, nunca fui obrigado trabalhar onde não queria. Na minha resposta tinha muita verdade, acredito que toda cidade tem encantos que podem tornar a permanência em algo indolor.
Não exatamente nesta ordem trabalhei em Afogados da Ingazeira, Bodocó, São José do Egito e Tabira, em Pernambuco; Barbalha, Jardim e Missão Velha, no Ceará; Belém, Marabá e Rio Maria, no Pará; Barreiras, Luís Eduardo Magalhães (Mimoso do Oeste), Serrinha e Vitória da Conquista, na Bahia; Itanhomi, em Minas Gerais e Maracaju no Mato Grosso do Sul.
Em cada uma delas procurei extrair o melhor e com isto ter uma convivência harmônica no ambiente de trabalho, nas farras e na vida social. O lado bom sempre foi muito maior que o lado ruim, o primeiro eu tentava ampliar e o último procurava mitigar.
Vendo os dados da última medição do IDHM – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL de referidas cidades, cujos resultados apresento somente nos dois extremos percebo o quanto minha leitura difere da leitura dos organizadores da pesquisa. Os números são perversos com referidas localidades e consideram apenas variáveis contempladas no estudo, isto é pouco perante o todo ali existente.
As cidades melhores classificadas no IDHM foram Belém (0,746), Maracaju (0,736) e Barreiras, suas classificações no âmbito nacional foram, respectivamente: 626º, 876º e 1.266º. No outro extremo encontramos Bodocó (0,565), Tabira (0,605) e Jardim (0,614), cujas classificações nacionais respectivas são: 4.941, 4.029 e 3.820. Índices são manipuláveis, pessoas nem sempre. Viva as pessoas e a individualidade de cada cidade.
Por: Ademar Rafael