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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PRESTA HOMENAGEM AOS QUE LUTARAM CONTRA A DITADURA MILITAR

A Assembleia Legislativa de Pernambuco presta homenagem, nesta terça-feira (10.09), aos que lutaram contra a Ditadura Militar, em especial aos heróis das lutas populares Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra e Manuel Aleixo, que há 40 anos foram mortos pelo Regime. A Reunião Solene, que será realizada no plenário, às 18h, foi solicitada pelo deputado Waldemar Borges. As famílias dos homenageados receberão uma placa alusiva ao evento.

“A esquerda brasileira optou por distintos caminhos de reação contra a Ditadura. Essa homenagem é a todos que fizeram parte dessa luta, em particular a três brasileiros que doaram suas vidas em prol da construção de uma sociedade justa e igualitária”, reforça o parlamentar.

Em seu requerimento, o líder do Governo explica que, em 1973, os três deixavam a vida de forma violenta pelas mãos dos torturadores do Regime Militar, para entrar na imortalidade reservada aos heróis das lutas justas. “Referência das esquerdas na luta pela opressão dos poderosos não devem e não serão esquecidos por todos que pelejam contra as injustiças”, disse Borges.

Histórico – Manoel Lisboa, fundador do PCR (Partido Comunista Revolucionário), nasceu em Maceió em 21 de fevereiro de 1944 e começou sua militância no movimento estudantil do PCB, o velho ”partidão”. Com o Golpe Militar de 1964, quando já pertencia ao PC do B, foi expulso da faculdade de Medicina em dezembro de 1966. Junto com os demais companheiros fundam o PCR. Foi preso no dia 16 de agosto e torturado nas dependências do DOI-Codi até o dia de sua morte em 04 de setembro de 1973.

Emannuel Bezerra nasceu em 17 de junho de 1943, na praia de Caiçara – Município de São Bento do Norte/RN. Líder estudantil do Colégio Atheneu, foi presidente da Casa do Estudante. Cursou a antiga Faculdade de Sociologia, na fundação José Augusto. Organizou a bancada dos estudantes potiguares para o histórico Congresso da UNE, em Ibiuna-SP, onde foi preso com os demais companheiros. Foi enquadrado no decreto 447 da Ditadura Militar e expulso da Faculdade. Foi a principal liderança do Comitê Universitário do PCR no Rio Grande do Norte. Viveu de 1968 a 1973 nos estados de Pernambuco e Alagoas. Realizou viagens ao Chile e Argentina em nome do PCR. Foi preso no dia 16 de agosto de 1973 e morto sob tortura nas dependências do DOPS/CODI-SP.

Manoel Aleixo nasceu no dia 04 de junho de 1931, no engenho Cova da Onça, em São Lourenço da Mata (PE). Começou o trabalho na terra ainda criança. Em 1955, já com 24 anos, acompanhou com interesse o ressurgimento das Ligas Camponesas no Engenho Galiléia, no município de Vitória de Santo Antão, sob a liderança de Zezé da Galiléia. Manoel Aleixo entusiasmou-se com aquela enorme passeata de camponeses pobres e assalariados agrícolas da Assembléia Legislativa ao Palácio do Governo, no Recife, que teve a participação de Francisco Julião e Clodomir Morais, na qual arrancaram o decreto de desapropriação do Engenho Galiléia. Daí em diante, passou a lutar pela organização de novas ligas em outros municípios, até ver explodir ligas camponesas por todo o Nordeste, Centro e Sul do país. Conheceu praticamente todos os engenhos de Pernambuco e Alagoas. No ano de 1967 opta por entrar no Partido Comunista Revolucionário, partido que militou até o fim de sua vida, em 1973, ano em que foi torturado e morto pela repressão.


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