O pai suspeito de matar o próprio filho, que era vocalista de uma banda de rock, disse nesta terça-feira (30) à polícia que agiu em legítima defesa. O pintor Ronaldo Lopes Frazão, de 56 anos, deu depoimento por duas horas e foi liberado no início da tarde, pois o prazo para a prisão em flagrante já expirou e não há prisão temporária ou preventiva decretadas.
Ronaldo se apresentou à polícia no 47º Distrito Policial, no Capão Redondo, por volta das 11h30 desta terça-feira (30). O suspeito estava foragido desde a noite da sexta-feira (26), quando o vocalista da banda de heavy metal Pray For Mercy, Fabio Nunes Frazão, de 25 anos, foi morto com um golpe de faca.
Segundo o suspeito, Fabio chegou em casa bêbado e agressivo na última sexta-feira, chegando a discutir com a família. “Ele me pegou pelo colarinho, disse ‘eu não tenho medo de você’. Aí começou a quebrar a casa toda”, afirmou. De acordo com a polícia, pai e filho já tinham um histórico de desavenças.
Segundo sua versão, Ronaldo pegou uma faca que usava para trabalhar e tentou se defender do filho, que avançou em sua direção. “Eu tentei afastar ele, mas infelizmente eu acertei ele e está feito”, contou.
O delegado responsável pelo caso vai aguardar o laudo toxicológico para confirmar se Fabio consumiu drogas na noite do crime. Ele vai esperar pelos exames do IML, que devem apontar quantos golpes de faca atingiram o rapaz. Também há a suspeita de que o cantor tenha sido esfaqueado nas costas.
O pai ainda lamentou a perda do filho. “Então eu não tenho mais alegria, não tenho mais nada. O pior crime que eu posso ter cometido para mim mesmo foi a perda do meu filho, eu estou sem meu filho. E eu não tenho mais o que dizer, está feito e eu tenho agora que pagar.”
A mãe e a irmã de Fabio também já prestaram depoimento. O delegado ainda quer ouvir depoimentos da ex-mulher e de um amigo da vítima.
