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OPINIÃO DO PERNINHA

A Arena Pernambuco não é só dos pernambucanos.
Outro dia, fizemos uma crônica criticando os gastos suntuosos com o Estádio Mané Garrincha (Brasília-DF), que ficou com capacidade para receber 71.000 torcedores, numa capital que não tem tradição futebolística. Citamos o exemplo da final do campeonato estadual de 2012, na qual se verificou um público abaixo de 1.000 pessoas. Só para se ter uma ideia, no dia do jogo Brasil x Uruguai, pela Copa das Confederações, tivemos um público em torno de 50.000 expectadores.
Mas, no caso da Arena Pernambuco, a realidade é muito diferente. Além de termos um campeonato estadual dos mais importantes, pela nossa localização geográfica, poderemos utilizar o espaço da Arena para outras competições nacionais e internacionais. É sabido que, pelos próximos 30 (trinta) anos, esse será o estádio do Clube Náutico Capibaribe, que ficou sem o seu famoso “Estádio dos Aflitos”, porém, a Arena não pode e nem deve ser restrita aos jogos domésticos.
É por essas e outras que não entendi a exaltação dos pernambucanos, misturada com pensamento xenófobo, partindo de vários torcedores, principalmente do Náutico, pelo fato de a Arena ter recebido no dia 7 deste mês um clássico carioca, antecipando para o dia 6 o jogo Náutico x Ponte Preta, pelo Campeonato Brasileiro da série “A”.
A irritação, os xingamentos e o destempero dos torcedores pelas redes sociais despertaram a nossa atenção. Esquecem-se de que não se trata de uma imposição, e de que o estádio “multiuso” – que tem um dono – seguirá trazendo eventos para o Estado. Não é invasão, é mais uma opção de entretenimento.
Se não estiverem atuando no mesmo dia Sport, Santa Cruz ou o próprio Náutico, qual o problema em vermos um duelo diferente? E histórico. Não é para qualquer um ter um clássico forasteiro tão próximo. E com jogadores do nível de Fred e Seedorf.
“Ver como uma invasão, uma tentativa de “paraibanizar” (em relação a torcer por times de fora) o futebol local, é pensar pequeno”, foi o que escreveu um comentarista do “Planeta Bola”, quando da realização do clássico carioca, que poderia ser mineiro, paulista, argentino ou mesmo italiano. Para quem não sabe, a Arena só não recebeu a final da Copa da Itália, entre Roma e Lázio, porque ainda não estava pronta. Houve sondagem.
“Para o pernambucano, ir a um estádio é um dever. Uma espécie de religião. Isso demonstra a força do estado e sua cultura de defender o seu espaço. Só que está começando uma nova filosofia no futebol. O torcedor fanático terá sempre o seu local. Mas ao lado dele poderá haver pessoas que gostem de jogo. E não apenas do time”, completa o colunista Carlyle Paes Barreto.
É bom irmos nos acostumando com essa nova ideia: a Arena é para torcedor, mas, também é para consumidor. E esses consumidores, independentemente do estado da Federação a que pertençam, deverão ser sempre bem-vindos. Afinal, moramos no País do futebol e temos que aprender a conviver com várias situações, inclusive com essa a que não estávamos acostumados.

Por: Danizete Siqueira de Lima.


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