Inflação, caminho único?
Existe uma lei na economia que todos sabem de “cor e salteado”. A inflação aparece quando a procura por determinado produto ou serviço é maior que a oferta. Isto vale para os produtos agrícolas, os produtos industrializados, importados e os serviços, nos últimos meses o governo brasileiro viu-se novamente ameaçado pelo temido dragão.
Em nosso país o governo teima em combater a inflação com uma medida também de conhecimento da maioria da população, a alta dos juros. Parece cantiga de uma nota só. A medida pode até servir para reduzir da inflação, mas, causa outros estragos na economia.
Como para alguns o ditado acima deriva da forma com que se decorava a tabuada, vamos fazer algumas contas.
Pegando somente a variável indústria de fundos de investimentos que, após crescimento próximo de 16% no ano, alcançou 2,13 trilhões de reais no final do ano passado, isto representa 48% do PIB (4.403 trilhões de reais).
Considerando que a soma dos títulos públicos, inseridos no montante dos fundos, na virada de 2012 representavam 1,2 trilhão de reais quando o governo via COPOM aumenta a taxa SELIC em 1% está desembolsando 12 bilhões de reais/ano e se aplicarmos a taxa atual de 8,5% haverá uma remuneração de 102 bilhões/ano, isto é igual a 2,32% do PIB.
Uma sangria desta reduz a capacidade de investimento em áreas abandonadas pelo poder central. Seguindo o coro dos críticos: Há sempre dinheiro para bancos e especuladores. Falta, porém, para investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
Quem enxergar um pouco de economia sabe que o fenômeno atual é alimentado pela lei maior e por outras variáveis. Destacamos duas delas: A oferta irresponsável de crédito e concessão de ganhos reais de salários sem o correspondente aumento da produção de bens e serviços.
Destacados economistas há muito tempo alertam o governo sobre ganho real em alta e a produção em baixa, quando a casa cair o povo volta para rua.
Por: Ademar Rafael