Caixa sobrando
Recebi do site www.administradores.com.br, uma relação contendo os 100 maiores anunciantes de 2012. Nela encontrei pérolas sobre as verbas “torradas” pela Caixa Econômica Federal. Desde a época de Getúlio Vargas as “contas” de publicidade das estatais são usadas para fins impublicáveis nesta coluna. Em função disto, resolvi fazer este breve cruzamento de dados.
Mesmo com a visibilidade que tem com as lotéricas a gloriosa Caixa Econômica Federal, segundo a relação acima citada, gastou em 2012 R$ 676,5 milhões de reais, ficando em terceiro lugar, abaixo somente das Casas Bahia (R$ 1,3 bilhão) e da Unilever Brasil (R$ 1,1 bilhão). O valor da Caixa supera a soma das verbas de Bradesco (R$ 290,8 milhões) e Itaú (R$ 222,7 milhões) além de superar os gastos do Banco do Brasil (R$ 292 milhões) – também outro exagero – em 131,7%.
A importância gasta pela CEF em 2012 supera o valor gasto em 2011 (R$ 429,5 milhões) em 58%. Quanto buscamos o lucro no mesmo período encontramos R$ 5,2 bilhões em 2011 e R$ 6,1 bilhões em 2012, ou seja, crescimento de 17,1%, desproporcional ao aumento da verba publicitária. Em 2011 a verba publicitária representou 8,3% do lucro e em 2012 11,1% do lucro foi para publicidade.
Na relação em estudo existem ainda “investimentos” em publicidade em nome da Caixa Capitalização nos valores de R$ 107 milhões em 2012 e de R$ 203 milhões em 2011, neste caso com redução significativa.
Se entrarmos no “DNA” destes gatos vamos encontrar peças publicitárias da Caixa Econômica Federal em veículos de comunicação de aliados, de credibilidade duvidosa, de matrizes ideológicas discutíveis e, principalmente, com zero por cento de retorno de imagem. Neste jogo as agências que “cuidam” das contas estão acima de qualquer suspeita e os contratos estão dentro das regras
Os programas sociais tocados pela Caixa Econômica Federal e os serviços por ela prestados devem justificar os gastos. Jamais devemos esquecer: “Propaganda é a alma do negócio” e o Brasil é um país sem miséria.
Por: Ademar Rafael