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ESPAÇO DA POESIA

















  A UM IRÔNICO:

Como irônico tu és, cretino, injusto,
Teu impudico pensar como me irrita,
Quem sou eu, para ser o intrépido Augusto,
Quando Augusto no chão ninguém imita.

Como é marginal, que o bosque adusto,
Poderia tornar-se horta infinita,
Conservar frutos doces, ser arbusto,
Num terreno que a chuva não visita.

Posso sim, plagiar, eu não discuto,
Imitar outro reles, rude, bruto,
Como sou portador de ideais loucos.

Mas Augusto eu respeito, eu não imito,
Pois Augusto é inimitável, é infinito,
Como ele no céu, tem muito poucos.

Diniz Vitorino


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