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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Nunca é tarde.

Quando alguém me pergunta qual foi o maior dano que FHC causou ao Brasil não tenho duvida para afirmar que foi a reeleição. Esta verdadeira desgraça que o príncipe do tucanato nos deixou de herança nasceu em negociatas que jogam o dinheiro do mensalão em escala inferior.

O pensamento atual do senador Aécio Neves em apresentar propostas visando extinguir a reeleição e alterar os mandatos para cinco anos, com coincidências dos pleitos de vereador a presidente da república tem meu modesto aval. Numa única oportunidade eliminaríamos o casuísmo da reeleição e os elevados gastos com eleições a cada dois anos.

Vários colegas do senador no PSDB são radicalmente contra a extinção da reeleição, continuam com a mesma visão mesquinha dos promotores da mudança no processo ocorrida durante do primeiro mandato de FHC.

Um projeto dessa envergadura enfrentará resistência de muitas vertentes políticas e pode desencadear um fato novo no cenário. Grande perigo é o neto de Tancredo mudar de idéia se por acaso seu partido conseguir tirar o PT da presidência da república, cara e coragem para isto os tucanos já demonstraram que tem de sobra.

Fazer “mea culpa” neste momento não isenta o senador dos pecados praticados no processo inicial. No inicio para beneficiar o seu partido, cuja estrela máxima ocupava o cargo máximo do executivo no Brasil, e posteriormente ao ser beneficiado com a reeleição de governador em Minas Gerais. Pousar como santo muitas vezes tem iludido os eleitores do Brasil.

De uma coisa tenho certeza. Alguém precisa apresentar um projeto que elimine a reeleição no executivo e limite o número de reeleições no mesmo cargo do legislativo. Precisamos oxigenar o poder no Brasil e com as regras atuais isto é um sonho inalcançável. Torçamos para que este arrependimento seja verdadeiro e não outro golpe, caso seja a primeira opção que o senador tenha êxito em sua pretensão.

Com raríssimas exceções os ocupantes de cargos no executivo têm trabalhado no máximo os dois anos centrais dos mandatos. O primeiro é para criticar o antecessor e o último para garantir a reeleição ou sucessão. Lembrar que cada mandato é de apenas quatro anos e ser isento no pleito é algo que nossos políticos teimam em não incluir em seu cotidiano e nas ações de governo.

O custo do sistema em vigor tem sido muito alto, merecemos alterar o modelo vigente e procurar consertar as falhas com um projeto político que pense no longo prazo e não apenas na próxima eleição.Até outubro de 2014 não faltarão salvadores da pátria, pena que depois de eleitos assumem o modelo que condenaram na campanha.

Por Ademar Rafael


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