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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

A ignorância e a informação errada.
Na vasta obra de “Os nonatos” há um trabalho que fala sobre: “… é fundamental saber o que é fundamental…”. A tese reforça a teoria de que devemos aprender o que importante e deixar de lado as coisas banais que são impostas pelos modismos ou por informantes desqualificados.
Caminhando nesta trilha encontramos um grande dilema. A informação incorreta quando alcança alguém que desconhece a verdade e a toma como tal pode gerar o tipo mal informado que pensa que sabe. No caso da informação com equivoco chegar a alguém que conhece a história verdadeira causa um mal estar, mas, não muda o conhecimento. 
Alimentados pela primeira hipótese muitas pessoas saem pelo mundo divulgando versões inverídicas e defendo-as como verdades absolutas. Muitas vezes colocando em risco a segurança e a saúde de pessoas desavisadas. 
Existe o grupo que por motivos alheios a sua vontade não tem acesso à informação e por isto sempre aplico um desconto quando me deparo com uma pessoa que não teve acesso à informação e cobro ágio ao encontrar um “intelectual de fundo de quintal” que esbanja sabedoria por meio de fundamento tão falso quando uísque do Paraguai. Faço isto por entender que o primeiro tem cura e o segundo carrega consigo um mal incurável: “A certeza que tudo sabe”.  
Mesmo com o volume de informações impostas pelas minhas atividades procuro filtrar muito para evitar cair na tentação que sei alguma coisa, e continuar sendo  um eterno aprendiz.  Contudo, ao comparar meus conhecimentos com as versões apresentadas nos parágrafos seguintes preferi ficar com o que sabia e ignorar as informações ali contidas.
No Jornal da Band do dia 12.04.13 a ancora sapecou: “A enchente do Rio Tapajós está causando prejuízos no Pará, em Itaituba perto de Belém…” Como Itaituba fica a aproximadamente 1.350 km de Belém é possível que a jornalista tenha perdido as aulas de geografia.
Livro de história do 9º ano do ensino fundamental, Editora Scipione, Projeto Radix, informa em sua página 49 que Antônio Conselheiro “… fundou a comunidade Canudos em fazenda da região sul da Bahia”. Somente invertendo o  mapa da Bahia poderíamos situar Canudos na região sul daquele Estado.
A primeira mensagem pode passar despercebida pela rapidez que é repassada, a segunda – por estar escrita – faz um estrago maior, também porque  se trata de uma obra utilizada na formação de jovens. 
Meu esforço é para que este espaço possa informar utilizando versões próximas da verdade, desconfio de verdades absolutas. 

Por: Ademar Rafael

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