A soberania de Messi.
Essa semana me deu uma saudade danada por não ter mais comentado sobre futebol nos últimos meses, precisamente nesse ano de 2013.
Material não falta. O que acontece é que nos focamos mais nas cenas domésticas e o nosso campeonato pernambucano não vem convencendo pelas apresentações. Os times considerados grandes tropeçam com frequência e isso é mais por deficiência dos próprios do que pela qualidade dos adversários; contudo, deixemos esse assunto para depois.
Na minha crônica de hoje – justiça se faça- tiro o chapéu para Lionel Messi, que pela quarta vez consecutiva foi eleito o melhor jogador do mundo. Na segunda quinzena de janeiro, esse craque de 25 anos conseguiu algo inédito na história do futebol, ao vencer mais uma vez a Bola de Ouro da FIFA, deixando para trás Cristiano Ronaldo e Iniesta. Nunca um jogador ficou tanto tempo no topo, contabilizando as premiações da Fifa (desde 1991) e da revista France Foot-ball (desde 1956). A unificação ocorreu em 2010.
O quarto troféu consecutivo (2009/2010/2011 e 2012) fez o argentino superar o brasileiro Ronaldo, que ganhou a honraria em 1996, 1997 e 2002, e ao francês Zinedine Zidane, dono do troféu em 1998, 2000 e 2003. Já pela France Foot-ball, que incluía apenas os jogadores que atuavam na Europa, só três atletas haviam sido premiados, no máximo, três vezes: o holandês Joham Cruyff (1971/1973 e 1974), o francês Michel Platini (1983/84 e 85) e o holandês Marco Van Basten (1988/89 e 1992.
Na entrega do troféu, numa segunda feira (17.01), o craque do Barcelona foi, com as palavras, o que costuma ser: humilde. Agradeceu aos companheiros de equipe e de seleção e à família. “É incrível poder receber esse prêmio. Quero compartilhar com os meus companheiros do Barça, da seleção argentina, com as pessoas que votaram em mim, capitães e técnicos. Quero agradecer à minha família, alguns amigos, e finalmente de um modo todo especial à minha esposa e ao meu filho (Thiago, nascido em nov. 2012), que é a coisa mais linda que Deus me deu”, disse Messi, que recebeu 41,6% dos votos, contra 23,6% do português Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e 10,9% do espanhol Iniesta (Barcelona).
Os números falam por si e não vemos qualquer necessidade de dizer quem é Messi. Qualquer pessoa lúcida que acompanha futebol conhece esse craque e sabe do que ele é capaz.
O curioso e que deixa à mostra toda a humildade desse gênio é que Messi, por ser capitão da Argentina, tem direito a voto e ele indicou Iniesta como melhor jogador do mundo, seguido pelo também companheiro de Barça, Xavi, e Sérgio Agüero, do Manchester City.
O que me impressiona nesse craque, além da sua humildade, é a forma discreta como ele se comporta dentro e fora do campo. Você não vê Messi rebolando, conversando besteiras, atrás de Ibope, como muitos bolas-murchas que conhecemos. Ele é o que é e o reconhecimento vem por gravidade. Não há como esconder os números.
Só para se ter uma ideia: em 2012, mais artilheiro do que nunca, ele fez 91 gols, sendo 59 pelo espanhol, 13 pela Liga dos Campeões, 5 pela Copa do Rei, 2 pela Supercopa da Espanha e 12 pela Argentina. Com esse recorde superou a marca de Gerd Müller, que durava 40 anos – anotou 85 gols em 1972, pelo Bayern de Munique e pela Alemanha.
Messi também integrou a seleção do ano, assim como os brasileiros Daniel Alves e Marcelo. O técnico foi o espanhol, Vicente Del Bosque.
Concluindo: existem muitos julgamentos por aí afora onde injustiças são cometidas e, não raro, discordamos dos resultados finais. Todavia, no caso Messi com a Bola de Ouro da Fifa por mais um ano, convenhamos: apesar de não gostarmos de argentinos, para esse Lionel, temos que tirar o chapéu. O cara é o cara!
Por: Danizete Siqueira de Lima.