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ASSESSOR DE DESEMBARGADOR DO TJPE PEGA NOVE ANOS E SEIS MESES DE PRISÃO

Sem alarde, a juíza de direito Ana Cristina Mota, da Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária da Capital,  condenou a nove anos e seis meses de prisão o servidor público estadual Décio da Rocha Lima, em decisão do dia 26 de março último.

O réu é servidor da Justiça do Estado e trabalha no gabinete do desembargador Fausto Campos.O desembargador acaba de ser indicado para integrar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O pedido de condenação foi apresentado pelo Ministério Público do Estado (MPPE) e refere-se aos desdobramentos da antiga CPI do Narcotráfico e Pistolagem, aberta pela Assembleia Legislativa do Estado, ainda no governo Jarbas Vasconcelos. Na época, o servidor da Justiça havia sido acusado de receber R$ 10 mil de um pistoleiro.

O servidor foi condenado por prática de corrupção passiva e supressão de documento público. Mesmo condenado, o servidor ainda se encontra exercendo a função de assessor do desembargador.

Segundo a sentença, obtida pelo Blog de Jamildo, esses crimes foram cometidos durante o exercício da função de chefe da Secretaria da 1ª Vara do Júri da Capital, quando então era juiz titular Fausto Campos, hoje desembargador.

A conduta criminosa foi descoberta pela CPI Estadual do Narcotráfico e da Pistolagem, que se instalou em Pernambuco no ano de 2000.

Para a promotora de Justiça Criminal Helena Martins, a condenação de Décio representa uma vitória do Ministério Público, que superou muitas dificuldades, durante os cinco anos de tramitação da ação penal, até chegar a este desfecho.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Pernambuco, no ano de 1999, Décio, aproveitando quando Fausto Campos substituiu circunstancialmente o juiz titular da 1ª Vara das Execuções Penais, acumulando as suas funções com as da Vara do Júri, solicitou e recebeu o pagamento de R$ 10 mil do detento Évio Carlos de Abreu e Lima Matos, considerado de alta periculosidade.

Em troca, Décio conseguiu para esse detento o benefício da progressão do regime fechado para o semiaberto, valendo-se de documentos fraudulentos em lugar dos originais.

Com a progressão de regime indevida, assinada pelo juiz Fausto Campos, Évio fugiu e se manteve foragido por muitos anos.

O magistrado Fausto Campos alegou, durante o processo administrativo, ter sido levado ao erro por Décio. A alegação foi aceita pelo Conselho da Magistratura de Pernambuco, resultando no arquivamento do caso.

Apesar de comprovada a participação do servidor na supressão de documento público e seu envolvimento com o detento, o processo administrativo em relação a Décio também foi arquivado em decorrência da prescrição.

A apuração dos fatos ficou restrita à instância criminal, que resultou na condenação do réu no dia 26 de março, na sentença proferida pela juíza Ana Mota, que inclusive determinou a perda do cargo pelo acusado.


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