A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci (foto), afirmou nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, que a mulher não precisa de “parabéns” nesta data, mas sim de “respeito”.
“Eu gostaria de não ter que comemorar o dia da mulher. A mulher que luta, que diz que lugar de mulher não é no tanque e no fogão, ela não precisa ganhar flores e nem parabéns nesse dia, ela tem que ganhar respeito e protagonismo na sociedade brasileira”, disse a ministra.
Ela discursou em evento que marca o julgamento de processos, pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, de mulheres perseguidas durante a ditadura militar. Menicucci foi presa e torturada durante o regime junto com a presidente Dilma Rousseff, de quem a ministra lembrou em sua fala.
“Ser mulher na luta contra a ditadura foi ousadia. Deixamos sonhos da ditadura pendurados em algum lugar para entrarmos na clandestinidade. (…) Acreditávamos que estávamos no caminho certo, esse que me coloca hoje no posto de ministra. Porque temos uma presidenta que teve a mesma trajetória e que seguramente carrega consigo a grandeza da luta pelos direitos humanos”, afirmou.
A ministra destacou, na fala, que “o preconceito existe imensamente na desigualdade de gênero desse país”. Ela, então, criticou a falta de espaço para as mulheres dentro da política.
“(O preconceito) permanece dentro dos partidos políticos quando os recursos não são disponibilizados para todos de forma igualitária, quando não respeita, inclusive o meu partido, o Partido dos Trabalhadores, as listas de gêneros (que estabelecem percentual mínimo de candidaturas de mulheres)”, frisou Eleonora Menicucci, sendo aplaudida.