As eleições para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado serviram de mote para indiretas e alfinetadas entre dois dos nomes mais cotados para a disputa da presidência em 2014: o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador Eduardo Campos (PSB). A bancada socialista no Congresso votou contra a eleição dos dois peemedebistas vitoriosos. No caso da eleição de Renan Calheiros (PMDB) no Senado, Aécio fez um discurso pedindo para seus correligionários não votarem em Calheiros, mas parte da bancada tucana o desobedeceu. Em declarações à imprensa, Eduardo Campos afirmou que o projeto de poder do PSDB se reduziu a um cargo na Mesa Diretora do Senado.
A resposta de Aécio não tardou a vir. O tucano disse entender as críticas à sua derrota no Senado, mas destacou a ambiguidade do governador socialista. “Diferente de outros partidos, não estamos no divã para saber se somos governo ou oposição. Somos oposição e vamos disputar o governo em 2014. Sabemos o nosso caminho e somos alternativa ao que está aí. Para bom entendedor… Mas o Eduardo Campos é meu amigo, e o PSB é o partido que tem mais proximidade com a nossa posição política”, comentou.
Aécio Neves também tem sofrido críticas de seus próprios correligionários. O presidente nacional do PSDB, o deputado federal Sérgio Guerra, queixou-se da “passividade” do senador e disse que espera uma postura diferente. “Aécio precisa mostrar mais a cara. E tenho dito isso a ele diariamente. Mas também estou seguro de que quando começar a fazer isso, vai assumir o seu papel na disputa”, afirmou.