AGORA A REDE
Por ser adepto de uma rede armada em um alpendre virado para o nascente em tarde chuvosa ou numa pousada às margens do oceano atlântico, gostei muito do nome do novo partido de Marina Silva. Excluído o emblemático direcionamento para modernidade via “redes sociais” o nome tem perfeita aderência com o perfil dos defensores da sustentabilidade. Nada melhor que uma rede para debatermos o futuro da humanidade.
No lançamento ao lado de Marina Silva estava a minha eterna senadora Heloisa Helena, mulher combativa vitima do jeito alagoano da fazer política. Não tivesse ela optado pelo caminho da coerência estaria no PT e possivelmente teria chegado ao governo da terra de Graciliano Ramos. Participou ativamente da criação do PSOL, não se encontrou e na nova sigla buscará o espaço que merece. Juntas formam uma boa dupla, uma bate a outra sopra.
Os que sonham com a saída do PT do trono presidencial Marina Silva é uma opção. Esta pesquisa que a coloca em segundo lugar no momento e a ratificação do último pleito. Não fosse a força monetária e midiática do PSDB a candidata do PV teria tirado Serra do segundo turno. A pergunta é quais as cartas da Dilma?
Na condição de socialista desenvolvimentista que sou, tenho preocupação com os destinos do Brasil deitado na REDE. Sustentabilidade para este cronista é o convívio harmonioso das pessoas com o ambiente na geração de riquezas para o conjunto da sociedade. Este não é o modelo que a REDE defende.
Até outubro de 2014, dependendo da posição de Marina Silva na disputa presidencial, muitos virarão ecologistas e as politicas ditas sustentáveis entrarão de vez na pauta nacional. Minha parte de Mãe Diná enxerga a turma anti PT jogando Marina Silva contra Dilma para tentar virar o jogo no segundo turno com a que sobrar. O perigo é o segundo tempo do jogo ser decidido pelas duas e esta oposição não ser bem recebida em nenhum dos palanques.
Com a personificação verificada os últimos mandatos é possível que com a subida da REDE ao poder o hino nacional tenha sua letra alterada. Em lugar de “Deitado eternamente em berço esplêndido” teríamos “Deitado eternamente em rede esplêndida”.
É muito cedo para sabermos que tipo de peixe a REDE vai pegar. Uma coisa é certa o programa do partido traz algumas novidades sem qualquer sintonia com os costumes nacionais. Limitar valores e excluir doadores tem sentido até a hora da verdade. Quando um grande pleito estiver em risco pela falta de recursos é possível que tais restrições sejam colocadas em segundo plano.
É pureza demais em um ambiente onde não há espaço para inocentes.
Por: Ademar Rafael