Um longo caminho
Na condição de Coordenador do CRA-PA na região sul do Estado do Pará tenho participado de inúmeras cerimônias de colação de grau de acadêmicos em administração e acompanhado eventos do gênero relativos a outras graduações.
É impossível negar que a interiorização do ensino superior no Brasil avançou, apesar estamos longe dos níveis ideais. O quantitativo de brasileiros com idade entre 18 e 34 anos com acesso aos cursos superiores é muito baixo, precisamos avançar com rapidez e qualidade no ensino.
É injusto o preconceito com metodologias. Dizer que curso presencial é melhor que curso à distância ou o contrário é fazer avaliação com parte das variáveis. O esforço do aluno e a densidade do conteúdo programático são itens que podem decidir o grau de aprendizado e a aplicabilidade dos conhecimentos na geração de riquezas e troca de informações.
Eu já fiz cursos à distância, semipresencial, presencial, por imersão e afirmo sem medo das avaliações contrárias: Somente quando meti a cara nos livros o aproveitamento foi bom, em qualquer método a dedicação do aluno é fundamental.
Novo calendário acadêmico esta sendo iniciado, o governo na medida que julga suficiente tem feito sua parte. Eu particularmente acho que poderia fazer mais, muito mais. Trazer para contemporaneidade a grade curricular do ensino médio seria um bom começo.
O quantitativo dos alunos com acesso ao PROUNI também precisa ser reconhecido, antes era um número baixo, hoje está próximo do ideal, os critérios é que muitas vezes são falhos. Neste ponto entra nossa capacidade de burlar a legislação em beneficio próprio, portanto, grande parte dos desvios são de responsabilidade das instituições que qualificam os beneficiários. O controle social seria um bom fiscal, não tem atuado com o rigor necessário.
Só seremos um país socialmente justo quando ofertamos aos jovens condições similares para acesso ao ensino superior em todas as regiões. O jovem da Catingueira, distrito do município de Iguaraci – PE, precisa ser tratado da mesma que tratamos o jovem que mora nas grandes cidades. Isto é utopia? Pode ser. O importante é sabermos que o isolamento e a falta de equidade são peças da máquina que produz a injustiça e lutarmos para esta distância seja encurtada.
O método a ser escolhido não é fator primordial. Universalização das oportunidades via ensino já. José Bonifácio de Andrada e Silva sugeriu algo parecido em 1823. Estamos atrasados, ação, ação e ação.
Por: Ademar Rafael