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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Empreendedores, chorões e governos bonzinhos.

Tenho repetido em palestras e em salas de aula que os empreendedores brasileiros merecem troféus em várias modalidades. Enfrentam legislações fiscais, tributárias e trabalhistas nocivas aos seus negócios e nestas condições desfavoráveis dão conta do recado. Criam riquezas, geram rendas e pagam impostos.

No entanto sabemos que em outra faixa correm os chorões, são empresários que carecem de auxílios externos permanentes. Antes reclamavam das altas taxas de juros, do câmbio baixo, da carga tributária elevada, da falta de crédito e de consumo instável. O governo central baixou juros, ajustou o câmbio, reduziu IPI, ofertou crédito via bancos estatais e incentivou o consumo. No novo cenário os chorões permaneceram no mesmo patamar de produção, querem sempre mais benefícios.

Por que em ambientes iguais um grupo se destaca e outro não? As respostas são diversas, a principal é que o time que ganha campeonatos pratica o que costumo chamar de “trilogia una”: trabalho, trabalho e trabalho.

Em Belém, capital do Pará, existe um empresário do ramo de alimentos rápidos no cruzamento da Avenida Nazaré com Travessa 14 de Março que desafia as dificuldades. Ao seu lado está instalada uma loja do Mc Donald’s. Tenho absoluta certeza que o vendedor de sanduíches não olha a placa do concorrente e sim a qualidade dos produtos ofertados em sua barraca, prática esta que garante a fila de clientes fiéis.

Igual ao exemplo acima existem muitos outros que são perseguidos pelos empreendedores de sucesso e ignorados pelos chorões. Aqueles não perdem oportunidades para crescer e multiplicar e estes aproveitam todos os momentos para pousar de vítima no muro das lamentações.

O PIB dos últimos anos no Brasil, que a oposição atual gosta de denominar de “pibinho”, deriva da ineficiência das organizações tocadas pelos chorões e das politicas de desenvolvimento equivocadas que os governos da União, dos Estados e dos Municípios impõem sob orientação de prepostos dos beneficiados pelas medidas, infiltrados no sistema governamental.

Assistimos a um filme repetido onde a classe média e os empreendedores de verdade pagam a conta, o governo Federal cria bolsas e reduz IPI de carros de luxo. Este método segura a massa via políticas de inclusão social, ajuda os ricos a comprarem carros luxuosos e adoça a boca dos chorões.

No dia que as fontes secarem ficarão somente os bons, que venha este dia.

Por Ademar Rafael


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